sábado, 16 de julho de 2011

Celulares estão matando abelhas



Sinais causam desorientação

Cientistas descobriram que uma das causas da diminuição das populações de abelhas no mundo é o uso de telefones celulares. Uma pesquisa conduzida em Lausanne, Suíça, mostrou que os sinais de celulares não apenas as desorientam, como podem causar suas mortes. Mais de 83 experimentos levaram aos mesmos resultados. Dirigido por Daniel Favre, o estudo descobriu que abelhas reagem significativamente a celulares utilizados perto de colméias. As abelhas perceberam os sinais transmitidos quando os telefones tocavam, e emitiam um forte zumbido durante as chamadas. As chamadas agem como um alerta instintivo para que elas deixem as colméias, mas as frequências as confundem, fazendo com que voem erraticamente. Os zumbidos aumentem dez vezes quando um celular toca ou uma chamada está sendo feita, mas permanecem normais quando os aparelhos não estão em uso.

Com os sinais, as abelhas ficam desorientadas. Os impactos são sentidos em vários locais do mundo - as populações de abelhas diminuíram quase pela metade nos últimos 30 anos, o que coincide com a popularização e aceitação dos aparelhos. Estudos de 2008 já haviam mostrado tais efeitos. Abelhas são uma parte integral e necessária de nossos sistemas agrícolas e ecológicos, produzindo mel e, mais importante, polinizando as plantas. Como ninguém vai abrir mão da conveniência dos celulares, ainda não se sabe o quanto contribuirão com os declínios das populações de abelhas, e qual seu impacto no ambiente, diz o Inhabitat.

Foto: © Copyright Mike Baldwin/Creative Commons

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cartilhas: Criação de Abelhas e Produção de Mel do SENAR

Cartilha 01 - Abelhas
 


Esta cartilha é o primeiro volume referente à criação de abelhas do gênero Apis. Aborda, os aspectos técnicos da implantação de apiário dando ênfase ao conhecimento da biologia das abelhas, escolha do local, conhecimento dos materiais utilizados e formas de aquisição dos enxames. Apresenta também duas planilhas, uma para anotação de plantas apícolas de cada região e outra para custos de implantação, que deverão ser preenchidas pelo próprio apicultor.

Para baixar o arquivo em pdf: Criação de Abelhas do Gênero Apis


 

Cartilha 02 - Mel
 

A cartilha Manejo de Apiário para Produção de Mel aborda de maneira prática e objetiva as técnicas para a produção de mel enfocando os aspectos da revisão da colmeia, alimentação artificial, fortalecimento dos enxames, seleção e produção de rainhas pelo método da puxada natural, colheita, beneficiamento e noções de comercialização do mel.

Para baixar o arquivo em pdf: Produção de Mel
 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

União de enxames

O fortalecimento de colméias para o período de safra, assim como para que as colméias possam ultrapassar os períodos críticos, sobretudo o inverno, é técnica comum. Os enxames fracos, além de pouco rentáveis, precisam de maior atenção, pois estão mais sujeitos ao ataque de inimigos naturais e comprometem a viabilidade econômica do apiário.

Para executar esse trabalho, vários métodos podem ser utilizados, mas um em especial chama mais a atenção por ser muito rápido e eficiente. Esse método consiste em unir dois ou mais enxames fracos em um mesmo ninho através do método da introdução de materiais no novo ninho. Esse método de união é o mais simples, com maior eficiência e maior sucesso obtido. O fato das abelhas se basearem em feromônios (cheiros) para definirem seu território nos processos de união, causando brigas e perda do processo, é totalmente bloqueado pelo cheiro diferente das novas carcaças que irão compor a nova colméia, o que evita brigas entre os enxames unidos.

Para ter maiores informações sobre o tema, leia o relatório na íntegra.

domingo, 3 de julho de 2011

As Asas dos Alimentos

ABELHAS GANHAM VALOR NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA  

 Autor: Carlos Fioravanti

 
 
Uma abelha embebida de pólen de algodão: Reforço bem-vindo
 
"Vou falar de abelhas e de flores", anunciou a bióloga Vera Lúcia Imperatriz Fonseca diante de uma plateia de economistas e estudantes de economia em um debate no final da manhã de 15 de março na Universidade de São Paulo (USP).

O início singelo logo ganhou densidade. Em menos de meia hora,as abelhas deixaram de ser vistas apenas como produtoras de mel e ganharam valor como seres indispensáveis para manter ou ampliar a produção agrícola - culturas como soja, laranja, cacau e café podem ser mais produtivas com elas por perto.

Biólogos e economistas começaram ali mesmo a ver como poderiam colaborar para preservar as populações de insetos como as abelhas que favorecem o crescimento dos frutos. Embora nem sempre valorizados, podem fazer falta.

Em 2006, a produção agrícola dos Estados Unidos apresentou uma queda acentuada quando as abelhas Apis mellifera usadas como polinizadoras agrícolas começaram a morrer repentinamente.

Pesquisadores da USP e de outras universidades estão se articulando entre si e com outras instituições para evitar conseqüências similares do declínio das populações dos polinizadores naturais.

No final do ano passado, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aprovou R$ 5 milhões para que grupos de pesquisa de seis estados - Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Minas, Pernambuco e Pará - avaliem o impacto dos polinizadores sobre a produtividade de algodão, tomate, maçã, melão, canola, caju e castanha do Brasil.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA), que tem mostrado interesse nesse campo desde a divulgação da Declaração de São Paulo sobre a Conservação e Uso Sustentado dos Polinizadores, em 1999, começou este ano a receber um financiamento internacional de R$ 7 milhões para implantar um projeto complementar, o Polinizadores do Brasil. "Precisamos mostrar aos agricultores exatamente o que eles podem fazer", diz Bráulio Dias, diretor de conservação da biodiversidade do MMA. "Nossa estratégia é de ganha-ganha, em termos econômicos e ambientais.

Os participantes desse trabalho desejam saber o mais rapidamente possível quão próximo o Brasil está de uma crise de polinizadores. "Ainda não chegamos a uma, mas estamos caminhando para lá", diz Vera Fonseca.

A crise pode já ter chegado e não ter sido detectada porque as causas estão aí: o desmatamento contínuo, o crescimento das cidades e a intensificação das alterações climáticas, que forçam a migração das populações de abelhas e de outros polinizadores de matas nativas como borboletas, aves e morcegos. "A Iniciativa Europeia de Polinizadores, que reuniu 85 instituições de pesquisa, detectou que havia uma crise de declínio de polinizadores por lá e já começou a agir para reverter o que for possível e evitar o pior".

Uma equipe da Universidade Federal do Ceará (UFC) coordenada por Breno Freitas vai verificar quais culturas poderiam apresentar aumentos de produtividade por meio do emprego intensivo de polinizadores. Em um de seus experimentos anteriores, Freitas mostrou que a produção dos cajueiros pode aumentar até 70% quando as abelhas circulam livremente entre as árvores, levando o pólen de uma flor a outra e assim favorecendo a formação e o crescimento de frutos, em comparação com árvores sem polinizadores por perto. "A resposta nunca será a mesma, porque depende das condiçõe locais", diz Freitas. "Quanto mais degradada for uma área, maior tende a ser o impacto dos polinizadores na produção agrícola."
Freitas encontrou uma abelha solitária sem ferrão do gênero Centris que poliniza as flores dos cajueiros com uma eficiência similar à das Apis mellifera, a espécie mais usada como polinizadora. Como as crias das Centris se alimentam de óleos essenciais das plantas, Freitas está avaliando os efeitos do plantio de acerola (produtora de óleos vegetais) para atrair as Centris que possam polinizar cajueiros próximos. "Essa pode ser uma forma de ter duas culturas na mesma área, uma atraindo polinizadores para a outra", diz ele.

O cafeeiro não depende de polinizadores naturais, mas a produção dos cafezais cercados de mata com abelhas nativas aumentou 15% em comparação com a de cultivados em áreas abertas, de acordo com um estudo da Universidade Federal de Viçosa. "No Peru e na Costa Rica a produção aumentou até 50%, dependendo do tamanho e do estado de preservação das matas nativas próximas às plantações", diz Vera. Segundo Freitas, no caso do feijão, "apesar de não aumentar a quantidade de vagens produzidas, a melhor polinização realizada pelas abelhas aumenta o número de grãos por vagem, e isso é lucro a mais no cultivo".


A prova da feira 

O toque da perfeição: a qualidade de frutas como estas depende dos polinizadores
 
Não faltam argumentos a favor dos polinizadores. Os tomateiros frutificam mais facilmente quando abelhas visitam suas flores e facilitam o crescimento dos frutos. "Sem polinizadores naturais, o agricultor é que tem de pincelar pólen em cada flor para os tomates crescerem", diz Vera. Um estudo de um grupo de biólogos da USP de Ribeirão Preto indicou que morangos polinizados em estufas por duas espécies de abelhas sem ferrão, a Scaptotrigona depilis e a Nannotrigona testaceicornis, produzem mais e melhores frutos do que quando cultivados em áreas abertas sem abelhas. Vera conta como ela própria identifica os efeitos dos polinizadores nas bancas de frutas: "Quando vejo uma maçã ou um morango assimétrico ou malformado, sei que a polinização não foi benfeita".

Açaí, cupuaçu, maracujá e berinjela também necessitam de abelhas, enquanto o mamão precisa de mariposas para frutificar. Mundialmente, 70% das 124 principais culturas agrícolas utilizadas para consumo humano - um terço da produção mundial de alimentos - dependem de polinizadores. Vários levantamentos internacionais indicam que o desaparecimento mundial dos insetos polinizadores seria um desastre ambiental e econômico. A busca por mais terras para agricultura poderia se intensificar e a vegetação nativa escassear ainda mais. A perda estimada na produção de frutas é de R$ 130 bilhões e a de cereais, R$ 100 bilhões. "Está na hora de levarmos os polinizadores mais a sério", diz Vera.

Polinizadores naturais como os insetos ainda são pouco empregados no Brasil. Apenas os plantadores de maçã, na Região Sul, e de melão, no Nordeste, alugam caixas com colônias de abelhas para fertilizar suas plantas. Prevendo que essa situação vai mudar, a equipe de Vera no Instituto de Biociências da USP em São Paulo trabalhou com o grupo da USP em Ribeirão Preto para criar em laboratório abelhas-rainhas de quatro espécies nativas sem ferrão que atuam como polinizadoras, entre elas a jataí (Tetragonisca angustula).

"Produzimos, se necessário, mil rainhas por mês", diz Vera. Ela acha que é pouco: "Temos de nos preparar para uma produção comercial e para uma demanda grande em breve". Astrid Kleinert e Kátia Malagodi-Braga, de sua equipe, mostraram em 2004 que a produção de morangos poderia ser maior quando auxiliada por abelhas jataí. "O método deu certo, mas os produtores ainda não têm a quem encomendar mil colônias de jataí. Desde 2006 o comércio mundial de polinizadores produz mais de 1 milhão de colônias de Bombus terrestris por ano. Aqui no Brasil esse também poderia ser um bom negócio, já que cada caixa com colônias de jataí custa em torno de R$ 100."

Escolha difícil 

A produção de rainhas de espécies nativas em quantidades crescentes pode ajudar na multiplicação de ninhos de abelhas nativas e reduzir a dependência da Apis mellifera, a única espécie polinizadora produzida em larga escala no mundo. A Apis é versátil e resistente a variações de temperaturas, mas não atende bem a todas as plantas. Com os tomateiros, uma espécie sem ferrão, a Melipona quadrifasciata, foi mais eficiente que a Apis mellifera, induzindo a formação de mais e maiores frutos, de acordo com um estudo do grupo de Luci Bego na USP de Ribeirão Preto.Vera Fonseca conta que tem recebido telefonemas ou mensagens de plantadores de tomates perguntando que abelhas poderiam soltar entre as plantações para colher mais tomates, mas ela ainda não tem uma resposta simples. "Temos algumas possibilidades e estamos comparando dados para ver se podemos fazer alguma indicação sobre que espécie adotar", diz ela.

Se não há respostas imediatas, não é por falta de pesquisa. A produção de conhecimento é intensa e emerge de grupos consolidados, criados há décadas por pioneiros como Paulo Nogueira Neto e Warwick Kerr em São Paulo e Jesus Santiago Moure em Curitiba. A razão é outra. "Temos muitas espécies de abelhas nativas e a maioria ainda é muito pouco conhecida", diz Antonio Mauro Saraiva, professor da Escola Politécnica da USP que trabalha com Vera Fonseca desde 1999.

O Brasil abriga cerca de 3 mil espécies de abelhas de hábitos sociais ou solitários. Algumas são raridades, como a Melipona bicolor schencki. Os biólogos ainda não sabem que espécie de planta essa abelha utiliza para produzir um mel branco "de sabor incrível", segundo Vera, mas essa já é uma das quatro espécies de abelhas sem ferrão do Rio Grande do Sul que podem desaparecer se as matas de araucária se forem.

Formado em engenharia elétrica e agronomia, Saraiva cuida do suporte tecnológico das pesquisas sobre polinizadores. Ele, com sua equipe, faz equipamentos de coleta de dados e programas de computador que permitem o acesso a coleções biológicas no Brasil ou no exterior. "O que fazemos para um grupo pode servir para outro", diz ele. É o caso do monitor de colmeias, um aparelho com sensores que acompanha a umidade e a temperatura das colônias que deve ser testado este ano em um apiário de Mossoró, Rio Grande do Norte. Talvez o aparelho possa antecipar o risco de as abelhas abandonarem as colmeias por excesso de calor.

Pomares sem pragas 

Os artigos sobre polinizadores se tornam mais comuns em uma das principais revistas dos apicultores, a Mensagem Doce, da Associação Paulista de Apicultores Criadores de Abelhas Melíficas Europeias (Apacame). Hoje com 7.340 apicultores, a associação adotou em 1981 o slogan "abelhas a serviço da agricultura" como forma de ampliar o uso das abelhas para além da produção de mel. Segundo Constantino Zara Filho, presidente da Apacame, a procura por Apis como polinizadoras agrícolas tem avançado de modo contínuo no Brasil. "Quem quiser produzir mais ou colher frutos uniformes e bem formados tem de contar com os polinizadores naturais", afirma. Zara Filho diz que as abelhas podem contribuir também para a sanidade dos pomares, ao consumir o néctar e o pólen que poderiam atrair insetos danosos para as plantações.

As conclusões sobre o valor dos polinizadores de culturas agrícolas e de matas nativas ganham visibilidade, mas ainda não há no Brasil nada equivalente à Pollinator Partnership, uma organização não governamental dos Estados Unidos que se constitui em fonte de informação e de ação sobre polinizadores, premiando governadores e fazendeiros que os protegem.

A campanha nacional de proteção aos polinizadores, gerenciada pela Pollinator Partnership, reúne 120 instituições, pesquisadores, conservacionistas, representantes do governo, estudantes e professores. "Estamos tentando mobilizar as ONGs para se integrar nesse projeto e ajudar a disseminar essas ideias", comenta Dias.

O que os polinizadores fazem para as culturas agrícolas é uma das formas de serviços dos ecossistemas, expressão usada para designar os serviços prestados pela natureza, como o fornecimento de água e controle de erosão, enchentes e pragas, além de lazer, na forma de praias ou montanhas aprazíveis. Esse conceito ganhou força com um artigo publicado na revista Nature de 1997 que estimava em US$ 33 trilhões o valor econômico dos serviços dos ecossistemas na Terra. Em 2005 fundamentou o estudo Avaliação sistêmica do milênio, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). "A China adota o pagamento pelos serviços dos ecossistemas", diz Vera. "Viram que era mais barato que pagar pelos prejuízos da destruição ambiental."

A valorização dos polinizadores - e dos serviços ambientais que prestam - depende da superação de abordagens antigas. "No currículo do curso de agronomia", afirma Saraiva, "não há disciplinas sobre polinização". Propostas novas nem sempre se espalham com rapidez. Vera Fonseca acredita que as pessoas, mesmo sem serem agricultora ou apicultoras, poderiam manter colônias de jataí em praças, ruas, apartamentos e escolas, não apenas em sítio e plantações, e deixar que essas abelha versáteis e inofensivas polinizassem o máximo possível de plantas ao redor. Mas, ela sabe, essa possibilidade ainda soa um tanto exótica.

O Projeto
Biodiversidade e uso sustentável de polinizadores, com ênfase em abelhas Meliponini - nº 04/15801-0
Modalidade
Projeto Temático - Programa Biota-FAPESP
Coordenadora
Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca - IB/USP
Investimento
R$ 3.036.892,21 (FAPESP)

Desenvolvimento e produção de pólen em colméias de Apis mellifera L. africanizadas

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Autor: Danilo Freitas da Silva Et al
O objetivo deste trabalho foi avaliar a alimentação energética ou protéica e o desenvolvimento de colônias de abelhas Apis mellifera L.
Resumo
Foram alojadas oito colméias Langstroth com coletor de pólen modelo alvado, mantidas em uma área de 5 ha de lavoura de girassol (Hellianthus annuus L.), distribuídas em dois tratamentos: alimento energético (açúcar invertido) ou alimento protéico (açúcar refinado+açúcar invertido+farinha láctea - 6:3:1). O objetivo deste trabalho foi avaliar a alimentação energética ou protéica e o desenvolvimento de colônias de abelhas Apis mellifera L., durante a produção de pólen em cultura de girassol. Foram avaliadas: área de cria, área de mel, área de pólen e produção de pólen das colmeias. O suplemento energético proporcionou maior (P<0,10) área de cria final, e maior (p<0,10) ganho de área de mel em relação ao suplemento protéico. A produção total de pólen foi maior (p>0,10) no tratamento energético comparado ao protéico, sendo 2112,48 e 716,88 gramas, respectivamente. O alimento energético se mostrou mais eficiente na alimentação de abelhas africanizadas durante a produção de pólen na cultura do girassol, a qual proporcionou boa produção de pólen
apícola nas colmeias. 

Para ler o artigo na íntegra acesso o documento abaixo!

Própolis: definição, composição, produção, manipulação e registro


 
Título
Própolis: definição, composição, produção, manipulação e registro
 
Autor
James Arruda Salomé
 
 
Conteúdo
A produção de própolis, paralelamente ao mel, tem levado muitos apicultores a entrarem nesse tipo de exploração, seja por raspagem, seja por produção. A própolis é uma resina vegetal que as abelhas coletam de certas plantas, principalmente das coníferas ou de espécies onde o produto é encontrado na casca, em forma resinosa; em outras, a própolis é encontrada nas gemas prestes a florescer. As abelhas coletam esse material com o uso de suas mandíbulas, com as quais o raspam e o tornam maleável. O ácido 10-hidroxidecenóico, secretado pelas glândulas mandibulares, facilita o trabalho de trituração e amolecimento da resina, que finalmente é depositada na corbícula (cesta de pólen) presente no terceiro par de patas - isto pode ser realizado com a abelha parada ou em pleno voo. Ela pode levar de 15 minutos à uma hora para encher as corbículas. A extração de própolis das colméias pode ser realizada de forma direta, por raspagem, durante as revisões periódicas. A utilização de formão para raspagem de própolis do alvado, da parte interna da tampa e acima dos quadros, é uma técnica normal realizada pelos apicultores. Uma técnica utilizada para indução da propolização é a utilização de abertura de frestas laterais no centro das melgueiras, com dimensões de 4 x 48cm (por exemplo), onde é inserido um quadro móvel para a coleta da própolis denominado "quadro coletor TP" ou coletor "Tira e Põe".  Outro método comumente usado pelos apicultores, para a produção de própolis, é a tela plástica sobreposta abaixo da tampa. Existe a possibilidade de o produtor comercializar a resina “in natura” para entrepostos, que irão manipular o produto, transformando-o em extrato de própolis. Há um padrão oficial para o extrato de própolis: trata-se da IN nº 3, de 19/01/2001 do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A produção de resina de própolis, paralela à produção de mel, representa um bom negócio para os apicultores. Para ter maiores informações sobre própolis, leia o relatório na íntegra.



Apicultura do RN é a quarta em exportação no Brasil
Autor: Redação
 
O Estado ocupa a quarta posição entre os exportadores do país nas estatísticas de maio

A melhoria no manejo do mel e as adequações ao mercado externo colocaram o Rio Grande do Norte em destaque no último balanço de exportações do produto apresentado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC).


O Estado ocupa a quarta posição entre os exportadores do país nas estatísticas de maio, com um total de 209 mil quilos de mel. Em abril passado, as exportações potiguares ocupavam a sétima colocação. Este valor equivale a uma receita de US$ 632 mil.
O Rio Grande do Norte ficou atrás apenas dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Piauí, que ocupam, respectivamente, o primeiro, segundo e terceiros lugares no ranking de exportações, segundo o balanço de maio.


As condições climáticas apresentadas no período também possuem influência direta na elevação da quantidade de mel enviada ao mercado externo. As chuvas favorecem floradas mais intensas e duradouras, que refletem numa maior produção, assim como na melhoria da qualidade do mel produzido.


Unem-se a esses fatores os investimentos em capacitação dos apicultores e aplicação de técnicas inovadoras nas colméias, como o melhoramento das abelhas com vistas ao aumento da produção.

"Após capacitar mais de cinco mil apicultores em todas as regiões do Estado, estamos trabalhando agora em técnicas que garantam o aprimoramento, a qualidade e o aumento na produtividade de mel. Estas ações vão permitir que a apicultura do Rio Grande do Norte, continue conquistando espaço nos mercados interno e externo", assegura o gestor de Apicultura do Sebrae/RN, Lecy Gadelha.

O mel produzido no Estado segue, principalmente, para a Europa e Estados Unidos. Entre as regiões potiguares que mais se destacam na produção de mel, está a região Oeste, com destaque para os municípios da Chapada do Apodi. A região do Mato Grande, que possui grande potencial a ser explorado, e o Alto Oeste potiguar também figuram entre as mais produtivas regiões do Estado.
Fonte: Jornal o Mossoroense, publicada em: 01/07/2011