segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mel ocupa lugar de destaque nas exportações do Piauí


Shutterstock

Para entidades do setor ainda há desafios a serem vencidos, mas país pode se tornar maior exportador do mundo

Da Agência Sebrae de Notícias 
 
O mel é o terceiro produto no ranking de exportações do Piauí. As vendas externas do produto movimentaram, entre janeiro e outubro deste ano, cerca de R$ 20 milhões, segundo a Federação das Entidades Apícolas do Estado do Piauí (Feapi). Representantes do setor comemoram o desempenho dos apicultores do estado e estabelecem objetivos ambiciosos.

“É um número muito bom, mas precisamos avançar mais. Existem desafios a serem superados para que o mel piauiense possa competir melhor no
mercado internacional. O empenho dos apicultores piauienses nesse processo é fundamental. Vários projetos têm contribuído para diminuir as dificuldades do segmento, mas muito ainda precisa ser feito”, disse o presidente da Federação das Entidades Apícolas do Estado do Piauí (Feapi), Antônio Leopoldino Dantas Filho, ao divulgar a informação sobre as exportações do setor no Congresso Nordestino de Apicultura e Meliponicultura, na semana passada em Teresina.

Para o presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), José Cunha, é possível para o Brasil alcançar o patamar de maior exportador de mel do mundo. “O Piauí é fundamental para que consigamos atingir as metas de exportações. A demanda não é problema para o mercado do mel. O mundo é nosso comprador”, afirmou Cunha.


Durante o congresso, o governador do estado, Wilson Martins, assinou o decreto de renovação da Câmara Setorial da Apicultura do Estado do Piauí, e afirmou que Picos – cidade sede da Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro (Casa Apis) – é uma das maiores arrecadadoras de ICMS do Estado.


“O que enxergo hoje são as dificuldades sendo superadas pelo homem moderno. Aqui comemoramos resultados efetivos. Não se pode deixar de reconhecer os esforços da Casa Apis e de todos os produtores para o mel do Piauí avançar. Ainda podemos superar outros desafios, mas para isso precisamos fortalecer a
cadeia produtiva da apicultura e incentivar o consumo do mel no Estado”, declarou o governador.

O diretor técnico do Sebrae no Piauí, Delano Rocha, falou sobre as parcerias entre as diversas instituições, destacando a importância do
trabalho conjunto para o desenvolvimento da apicultura no Piauí. “Hoje temos uma nova realidade, construída pela Casa Apis. A central tem cumprido fielmente o seu papel de tornar a apicultura um negócio forte no estado. O Sebrae, através de seus projetos, atende cerca de dois mil apicultores, dos quais mil possuem certificação orgânica. Isso significa que grande parte da produção de mel tem alto valor agregado”, informou Rocha.

domingo, 14 de agosto de 2011

Mel brasileiro conquista mercado internacional


ASN - MA
Produção de mel no Brasil é de alta qualidade e livre de defensivos agrícolas
Mel brasileiro conquista mercado internacional
Fonte: Finep
Apicultura brasileira cresce e amplia sua participação no mercado internacional

A apicultura no Brasil passou de um uma simples produção limitada destinada ao consumo local, para um dos maiores produtores de mel do mundo. Hoje, o país é o 11º mais importante produtor mundial e o 5º em exportação. O mel brasileiro é cobiçado pelos principais mercados internacionais, principalmente os Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, que juntos importam mais da metade do mel brasileiro. Um dos motivos desse interesse é que a produção apícola no Brasil é livre de defensivos e tem um excelente padrão de qualidade. 

O Nordeste é a região que mais avança em produção e exportação de mel. Entre os dez maiores exportadores do país, a região é representada por cinco estados, mais que qualquer outra região. Parte desse crescimento vertiginoso do Nordeste se deve aos programas de incentivo e capacitação, como o Projeto Apis, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. 
A publicação “Mercado brasileiro conquista o mercado externo”, produzida pela Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP, conta a história de sucesso da apicultura no Brasil. 

GESTAPI - GESTOR DE ATIVIDADES APÍCOLAS



O QUE É
O Gestor de Atividades Apícolas (Gestapi) é um programa que propicia um melhor gerenciamento da atividade apícola, por meio de ferramentas voltadas para a excelência em gestão de apiários. A metodologia do programa Gestapi oferece mecanismos que auxiliam diretamente no controle da produção do mel, modos de obtenção de custo fixo, variável e de projeção do preço de venda, facilitando dia a dia do produtor por meio da adoção de técnicas de gestão com foco na melhoria da produtividade.

O programa Gestapi foi desenvolvido e fundamentado com base nas experiências vivenciadas e estudadas através do projeto pioneiro do Sebrae-TO, "Desenvolvimento da Apicultura da Região Sul do Tocantins", realizado no período de 2004 a 2007. As atividades e ações implementadas pelo projeto contaram com aplicação da Metodologia Apiário de Referência e foco direcionado para o fortalecimento da cadeia apícola do Tocantins. Hoje, o Gestapi está sendo disseminado para outras regiões do país junto a produtores rurais, técnicos do setor, unidades do Sebrae e parceiros.


Acesse:  http://gestagro.to.sebrae.com.br/

Livreto para Crianças sobre a vida da Jandaíra



Livreto para Crianças sobre a vida da Jandaíra

Desenhado por Vaneide Nascimento

Existe um velho muito simpático chamado seu João. Este senhor mora em Brejinho, região serrana do município de São José do Sabugi, estado da Paraíba. Apesar do nome, a vegetação do local era composta por uma caatinga rala, com alguns remanescentes de árvores grandes, que faziam seu João lembrar da sua infância e juventude. Pedro, seu netinho, adorava ouvir as histórias que seu avô João lhe contava ao entardecer.

Vô João dizia que nos tempos em que era jovem havia muito mais árvores neste local: Braúnas, Imburanas, Catingueiras, Aroeiras e muitas outras. Mas então veio o ciclo do algodão mocó, o chamado ouro branco. Aí todo mundo começou a derrubar a caatinga para plantar algodão. Na época foi bom porque as pessoas vendiam o algodão e ganhavam dinheiro. Mas depois, parece até que por castigo, veio o besouro bicudo e acabou com tudo. E o pior é que a caatinga já tinha sido cortada, derrubada e a coivara feito cinza da vegetação.

Além disso hoje existe a pecuária, a retirada de lenha e o carvão. As pessoas ainda não sabiam, e muitas até hoje não sabem, que a maior riqueza do seridó está nas plantas da caatinga, na manutenção de um equilíbrio com as outras atividades do homem. As folhas e vagens da Catingueira, por exemplo, servem de alimento para o gado; seus troncos são usados para fazer cercas e mourões, estacas, lenha e até carvão. Suas folhas, flores e cascas servem para fazer chá para te curar quando você está com catarro, diarréia ou disenteria. Vô João levou Pedrinho para ver o grande pé de pau de Catingueira, que já tinha lá seus dois metros quando vovô era pequeno. Pois agora a árvore possuía uns 10 metros de altura e já tinha alimentado muito gado nos tempos de seca.


Essa história foi montada através de conversas com o sr. João, um morador da região


Mas o que seu João gostava de ver mesmo eram os muitos ninhos de amarela, zamboque, canudo e até de jandaíra que a velha Catingueira abrigava e protegia em seus ôcos. Por isso, vovô João, junto com seu neto Pedrinho, plantou um pé de Catingueira. Depois ensinou a Pedrinho como cuidar da árvore para que ela crescesse e ficasse tão grande e resistente quanto a velha Catingueira. Pois assim, além de sua refrescante sombra, ela serviria de abrigo para muitos ninhos de abelhas e também alimentaria muitos animais. Seu João contou também que até as flores da Catingueira serviam para alimentar as abelhas e estas, como que em troca de favores, polinizavam as flores aumentando a produção de vagens e sementes que, por sua vez, iriam produzir muitas outras novas árvores. Certo dia Pedrinho viu um casal de pica-pau fazendo ninho na velha Catingueira.

Saiu correndo em disparada para contar a seu avô que os pássaros estavam destruindo a árvore que ele, seu João, tanto gostava. Ao encontrar o avô já foi logo falando esbaforido, ao mesmo tempo que tentava retomar o fôlego. Qual não foi o seu espanto, quando seu João lhe disse para se acalmar e convidou-o para voltar à árvore e observar o casal de pica-paus cuidar da sua prole. Seu João lhe disse então que os pica-paus comiam os morotós e carunchos que furavam os troncos das árvores e seus ninhos, além de não matar as árvores, ajudavam a criar os ôcos onde as abelhas depois viriam construir suas moradas, e completar assim o ciclo de vida destas espécies.

Meliponicultura em Mossoró-RN


Meliponicultura em Mossoró-RN

Ayrton Vollet Neto1, Cristiano Menezes2 e Vera Lucia Imperatriz Fonseca3 
1. Universidade de São Paulo - Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP) 
2. Bolsista Prodoc/CAPES - Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA) 
3. Universidade de São Paulo - Instituto de Biologia (IB-USP) e Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA) 
Autor para correspondência: ayrtonvollet@gmail.com

Com o slogan "Mossoró da Gente", esta cidade do interior do RN chama a atenção pelo processo acelerado de desenvolvimento em que se encontra. A economia é movimentada principalmente pela produção de sal marinho, fruticultura irrigada voltada para a exportação, além de ser o maior município produtor de petroleo em terra do país (Fonte: Wikipedia http://pt.wikipedia.org/wiki/Mossor%C3%B3#Setor_secund.C3.A1rio acessado em 03/11/2010). Mas o que mais me chamou a atenção nesta bela cidade - apesar de eu ser suspeito para falar - foi a meliponicultura. 

Em Mossoró a meliponicultura está fixada nas raizes do povo. Lá, ao se perguntar para qualquer pessoa onde se encontra mel, é possível receber a resposta, "de Europa ou Jandaíra?". Eu nunca havia ouvido esta resposta, é raro encontrar alguém que sabe que outros tipos de abelhas existem. Conhecer o mel das abelhas nativas então, isso foi inédito para mim. A maior surpresa veio ao fazer compras em um grande supermercado da cidade, onde encontramos nas prateleiras uma embalagem de mel de jandaíra, com registro junto à Secretaria de Agricultura do RN, retirado e processado em casa de mel e tudo mais (Figura 1 e 3). O responsável por este produto estar naquela prateleira é o Sr. Paulo Menezes, o maior meliponicultor da cidade. 

Dono de grande simpatia e gosto pela conversa, principalmente sobre as abelhas, o "Seu Paulo", como é chamado, possui cerca de 600 colônias de jandaíra (Melipona subnitida) espalhadas pelo sertão nordestino (Figura 2). Com uma organização que não se vê comumente por aí entre os meliponicultores, ele produz e comercializa dentro do estado do RN cerca de 300 litros de mel por ano, com a marca "Mel Menezes". Ele, somado à iniciativa de minha orientadora, Profa. Vera Lucia Imperatriz Fonseca, que vem desenvolvendo um grande trabalho com a meliponicultura do RN no cargo de professora convidada da UFERSA - RN, organizaram uma pequena visita aos meliponicultores da região de Mossoró. 


Figura 1: Os méis embalados pelo Sr. Paulo Menezes, que são comercializados no estado do RN
Figura 2: Um dos meliponários para produção de mel do Sr. Paulo Menezes. A caixa utilizada por ele é a modelo "nordestina".
Figura 3: Casa do mel do Sr. Paulo Menezes. No centro, um decantador de inox que é usado para separar as impurezas do mel. Nas garrafas de vidro o mel colhido fica em processo de "maturação".
Figura 4: Berguinho à frente de um de seus meliponários de Jandaíras.


Seguimos rumo à "Praia Redonda", localidade pertencente ao município litorâneo de Areia Branca. Lá encontramos com "Berguinho", meliponicultor bastante jovem, que herdou as caixas do pai (Figura 4). Com grande intusiasmo, Berguinho mostrou suas caixas de jandaíras, principal foco do seu trabalho, algumas moças brancas (Frieseomelitta doederleine) e jatis (Plebeia sp). Ele afirma que não tem muito tempo para cuidar das abelhas, por conta do trabalho, mas consegue tirar algum mel, que vende a conhecidos. Quando questionado sobre o manejo que faz nas caixas, logo coloca sua opinião: "se eu alimentar elas vão se acostumar, e vão parar de trabalhar!". 

Ainda em Areia Branca conhecemos alguns meliponicultores pequenos, que deixaram as abelhas um pouco de lado, como é o caso de um pescador já de idade, que por causa de um problema com sua mão, e da falta de interesse dos mais jovens de sua casa, já não cuida mais de suas Jandaíras. A surpresa boa ficou para o fim daquele dia, quando por meio das informações que Seu Paulo consegue, com muita habilidade, com o povo da região, encontramos o Sr. Mesquita. Com cerca de 70 caixas de Jandaíra, O Sr. Mesquita foi o meliponicultor mais organizado que encontramos. Ele mesmo confecciona suas caixas, que possuem uma qualidade e um acabamento que não encontramos em caixas de abelhas floradas sem ferrão, e toma o cuidado de pintá-las de cores diferentes para não confundir suas abelhas (Figura 5). 

Assim como o Berguinho, Mesquita não alimenta suas abelhas, mas com um outro argumento: "não preciso, sempre estão cheias de mel". E pelo que presenciamos lá em pleno início da época seca - quando faltam recursos para as abelhas - é a mais pura verdade. Por algum motivo, que desconfiamos ser a maior umidade do litoral, onde a seca não é tão severa, as abelhas não precisam de alimentação. E mais, segundo o meliponicultor, as abelhas produzem uma média de 2,5 litros de mel por ano. Um litro a mais que a média do Seu Paulo Menezes, que possui um manejo mais avançado de suas colônias, mas as mantém na caatinga do interior, onde a seca é maior. Outra hipótese levantada pela professora Vera Lucia é a de que as Jandaíras do litoral possam ser ligeiramente diferentes das abelhas do interior, mostrada entre outras caracteristicas, pela diferença de produção de mel. 

No dia seguinte, de volta a Mossoró, fomos a casa de um jovem, porém já experiente meliponicultor, Kalhil Pereira. Muito bem recebidos por ele e por sua mãe, fomos conhecer as abelhas que mantém em sua casa, dentro da cidade. Kalhil tem uma visão avançada da meliponicultura, e quer trazer os avanços e mudanças que os pesquisadores e meliponicultores tem atingido para os seus meliponários. Uma prova disso é a mudança no tipo de caixas que ele vem realizando. A caixa tipo "nordestina" é a mais comum entre os criadores de Jandaíra, sendo utilizada tradicionalmente há muito tempo pelos meliponicultores no Rio Grande do Norte (Figura 2). Apesar de funcionar perfeitamente para a criação da Jandaíra, a caixa nordestina apresenta algumas desvantagens em relação a uma adaptação das medidas da caixa modelo INPA feita pelo próprio Kalhil para acomodar a Jandaíra (Figura 6 e 7). Nesta caixa as divisões podem ser facilitadas, além da possibilidade da colocação de melgueiras, por onde pode ser retirado o mel com maior higiene e facilidade. Apesar destas caixas auxiliarem a produção de mel, o foco do Kalhil não é este. Ele é um grande comerciante de colônias de abelhas nativas, atividade que complementa consideravelmente a sua renda. 


Figura 5: O Sr. Mesquita (esquerda) e o Sr Paulo Menezes posam para foto ao lado do meliponário do Mesquita.
 
Figura 6: Modelo de caixa vertical utilizado por Kalhil na criação da Jandaíra.
Figura 7: A abelha Jandaíra se adaptou bem ao novo modelo de caixa. Aqui podemos ver uma cria forte, em uma época de escasses de recursos. Em um outro quadro de melgueira ficam os potes de alimento (no caso, retirado para foto do ninho).
 
Figura 8: Favos de cria da Jandaíra. A rainha aparece em destaque nas células superiores.


Finalmente visitamos a fazenda experimental da UFERSA, onde está sendo criada uma ótima infraestrutura para pesquisas em meliponicultura, bem como em apicultura. Lá os Professores Lionel Segui Gonçalves e a Vera Lucia Imperatriz Fonseca já reformaram e equiparam 2 locais de pesquisas com abelhas. 

Foi uma viagem bem curta, na qual grandes nomes da meliponicultura não foram visitados, como o Sr. Ezequiel Roberto Medeiros de Macedo, de Jardim do Seridó-RN, que possui centenas de colônias de Jandaíra, e infelizmente ficou de fora do nosso trajeto. Apesar disso pudemos ter uma boa visão da meliponicultura da região de Mossoró, onde a criação de abelhas nativas existe há muito tempo. Pudemos ver que na maioria dos casos esta é uma tradição passada de pais para filhos, feita na maioria das vezes como atividade de lazer ou fora de moldes produtivos. Porém, observamos o surgimento de criadores com novas idéias e visões sobre a meliponicultura, dispostos a fazer da atividade o próprio sustento, e que já viabilizaram a comercialização do mel da abelha nativa em grande escala. 

Sem esquecer que a grande protagonista, e principal responsavel pelas conquistas narradas acima, é a Jandaíra. Abelha forte, robusta, que resiste à seca e o calor do sertão nordestino, e produz uns dos méis mais saborosos já produzidos (Figura 8). 

Registro nossos agradecimentos aos meliponicultores que nos receberam muito bem, sempre dispostos a bater um bom papo e abrir as portas de suas casas, em especial ao Sr. Paulo Menezes, que além de tudo nos guiou pela região de Mossoró. À UFERSA pelo apoio durante a nossa visita, em setembro de 2010 e ao financiamento CAPES.

Criação de Abelhas Sem Ferrão - Cartilha para Baixar

Cartilha Abelhas Sem Ferrão

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Litoral Net


Biólogo explica como fazer a divisão de colmeias de abelhas Jataí


Jataí é uma abelha nativa, que dá um mel muito apreciado. 

Para a divisão é preciso ter uma colmeia forte e uma caixa vazia.

Do Globo Rural
Jataí é uma abelha nativa, sem ferrão, que dá um mel muito apreciado. Saiba como fazer outras colmeias a partir das que você já tem.
Para a divisão é preciso ter uma colmeia forte, com uma população forte estabilizada, e uma caixa vazia, onde será colocado parte do material biológico, no processo de multiplicação da colônia. “É importante que, num primeiro momento, a gente abra a colônia e localize uma célula especial, uma célula de cria, que vai conter uma rainha, que vai nascer uma rainha, para essa célula de cria a gente dá o nome de realeira ou célula de cria real”, explica o biólogo Alexandre Coletto.
Primeiro, o doutor Alexandre retira, com a ajuda de um instrumento usado por dentistas, o invólucro de cera e resina que as abelhas fazem para proteger o ninho. Tomando sempre cuidado para não furar os potes de mel e pólen que estão em volta.
Não demora muito e a gente encontra o ninho, com seus discos de cria. Com eles em mãos, doutor Alexandre procura o disco com a realeira.
A realeira é uma célula de cria até sete vezes maior do que as outras. “É importante que a rainha oficial dessa colmeia que a gente está dividindo fique nessa caixa, que a gente vai chamar de mãe, ou doadora de favos e, para filha, vá discos de cria nascentes e que contenham além das células normais, que vão dar origem as operárias, essa realeira aqui, essa célula de cria real. Na verdade eu não posso usar todo esse material, a gente tem que usar o bom senso, se eu tenho aqui, se eu tenho 10 discos aqui, eu vou pegar metade deles, desde que a realeira vá junto”, diz o biólogo.
Os discos são colocados do lado contrário ao furo da caixa, que serve de porta de entrada para as abelhas. “Praticamente eu já realizei a multiplicação, porque nesse lado aqui, eu não vi a rainha, porque na hora que a gente começou a movimentar, manipular a colmeia, ela já dá um jeito de correr lá para baixo, para se proteger”.
Para finalizar o trabalho, doutor Alexandre transfere para a caixa nova parte dos potes de mel e pólen da colmeia-mãe, sempre tomando muito cuidado para não furá-los. “A gente vai fixar esse material, para elas começarem a construção, isso serve de estímulo para elas começarem a construção. Se você conseguir tirar a metade, deixar a metade aqui e a outra metade passar para lá melhor”.
O biólogo fecha a caixa e veda com uma fita adesiva. Ele ainda transfere o tubo de cera que estava na entrada da colmeia-mãe para a colmeia-filha.
A colmeia recém-formada deve ser levada para o lugar da onde ficava a colmeia-mãe, para que as abelhas não confundam as colmeias e voltem para a caixa de onde saíram.
Na hora de manusear a caixa e os discos de cria, cuidado para não vira-los. Mantenha-os sempre em pé, na posição original. Caso contrário, você pode matar os ovos que estão lá dentro.

Litoral Net


sábado, 16 de julho de 2011

Celulares estão matando abelhas



Sinais causam desorientação

Cientistas descobriram que uma das causas da diminuição das populações de abelhas no mundo é o uso de telefones celulares. Uma pesquisa conduzida em Lausanne, Suíça, mostrou que os sinais de celulares não apenas as desorientam, como podem causar suas mortes. Mais de 83 experimentos levaram aos mesmos resultados. Dirigido por Daniel Favre, o estudo descobriu que abelhas reagem significativamente a celulares utilizados perto de colméias. As abelhas perceberam os sinais transmitidos quando os telefones tocavam, e emitiam um forte zumbido durante as chamadas. As chamadas agem como um alerta instintivo para que elas deixem as colméias, mas as frequências as confundem, fazendo com que voem erraticamente. Os zumbidos aumentem dez vezes quando um celular toca ou uma chamada está sendo feita, mas permanecem normais quando os aparelhos não estão em uso.

Com os sinais, as abelhas ficam desorientadas. Os impactos são sentidos em vários locais do mundo - as populações de abelhas diminuíram quase pela metade nos últimos 30 anos, o que coincide com a popularização e aceitação dos aparelhos. Estudos de 2008 já haviam mostrado tais efeitos. Abelhas são uma parte integral e necessária de nossos sistemas agrícolas e ecológicos, produzindo mel e, mais importante, polinizando as plantas. Como ninguém vai abrir mão da conveniência dos celulares, ainda não se sabe o quanto contribuirão com os declínios das populações de abelhas, e qual seu impacto no ambiente, diz o Inhabitat.

Foto: © Copyright Mike Baldwin/Creative Commons

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cartilhas: Criação de Abelhas e Produção de Mel do SENAR

Cartilha 01 - Abelhas
 


Esta cartilha é o primeiro volume referente à criação de abelhas do gênero Apis. Aborda, os aspectos técnicos da implantação de apiário dando ênfase ao conhecimento da biologia das abelhas, escolha do local, conhecimento dos materiais utilizados e formas de aquisição dos enxames. Apresenta também duas planilhas, uma para anotação de plantas apícolas de cada região e outra para custos de implantação, que deverão ser preenchidas pelo próprio apicultor.

Para baixar o arquivo em pdf: Criação de Abelhas do Gênero Apis


 

Cartilha 02 - Mel
 

A cartilha Manejo de Apiário para Produção de Mel aborda de maneira prática e objetiva as técnicas para a produção de mel enfocando os aspectos da revisão da colmeia, alimentação artificial, fortalecimento dos enxames, seleção e produção de rainhas pelo método da puxada natural, colheita, beneficiamento e noções de comercialização do mel.

Para baixar o arquivo em pdf: Produção de Mel
 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

União de enxames

O fortalecimento de colméias para o período de safra, assim como para que as colméias possam ultrapassar os períodos críticos, sobretudo o inverno, é técnica comum. Os enxames fracos, além de pouco rentáveis, precisam de maior atenção, pois estão mais sujeitos ao ataque de inimigos naturais e comprometem a viabilidade econômica do apiário.

Para executar esse trabalho, vários métodos podem ser utilizados, mas um em especial chama mais a atenção por ser muito rápido e eficiente. Esse método consiste em unir dois ou mais enxames fracos em um mesmo ninho através do método da introdução de materiais no novo ninho. Esse método de união é o mais simples, com maior eficiência e maior sucesso obtido. O fato das abelhas se basearem em feromônios (cheiros) para definirem seu território nos processos de união, causando brigas e perda do processo, é totalmente bloqueado pelo cheiro diferente das novas carcaças que irão compor a nova colméia, o que evita brigas entre os enxames unidos.

Para ter maiores informações sobre o tema, leia o relatório na íntegra.

domingo, 3 de julho de 2011

As Asas dos Alimentos

ABELHAS GANHAM VALOR NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA  

 Autor: Carlos Fioravanti

 
 
Uma abelha embebida de pólen de algodão: Reforço bem-vindo
 
"Vou falar de abelhas e de flores", anunciou a bióloga Vera Lúcia Imperatriz Fonseca diante de uma plateia de economistas e estudantes de economia em um debate no final da manhã de 15 de março na Universidade de São Paulo (USP).

O início singelo logo ganhou densidade. Em menos de meia hora,as abelhas deixaram de ser vistas apenas como produtoras de mel e ganharam valor como seres indispensáveis para manter ou ampliar a produção agrícola - culturas como soja, laranja, cacau e café podem ser mais produtivas com elas por perto.

Biólogos e economistas começaram ali mesmo a ver como poderiam colaborar para preservar as populações de insetos como as abelhas que favorecem o crescimento dos frutos. Embora nem sempre valorizados, podem fazer falta.

Em 2006, a produção agrícola dos Estados Unidos apresentou uma queda acentuada quando as abelhas Apis mellifera usadas como polinizadoras agrícolas começaram a morrer repentinamente.

Pesquisadores da USP e de outras universidades estão se articulando entre si e com outras instituições para evitar conseqüências similares do declínio das populações dos polinizadores naturais.

No final do ano passado, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aprovou R$ 5 milhões para que grupos de pesquisa de seis estados - Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Minas, Pernambuco e Pará - avaliem o impacto dos polinizadores sobre a produtividade de algodão, tomate, maçã, melão, canola, caju e castanha do Brasil.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA), que tem mostrado interesse nesse campo desde a divulgação da Declaração de São Paulo sobre a Conservação e Uso Sustentado dos Polinizadores, em 1999, começou este ano a receber um financiamento internacional de R$ 7 milhões para implantar um projeto complementar, o Polinizadores do Brasil. "Precisamos mostrar aos agricultores exatamente o que eles podem fazer", diz Bráulio Dias, diretor de conservação da biodiversidade do MMA. "Nossa estratégia é de ganha-ganha, em termos econômicos e ambientais.

Os participantes desse trabalho desejam saber o mais rapidamente possível quão próximo o Brasil está de uma crise de polinizadores. "Ainda não chegamos a uma, mas estamos caminhando para lá", diz Vera Fonseca.

A crise pode já ter chegado e não ter sido detectada porque as causas estão aí: o desmatamento contínuo, o crescimento das cidades e a intensificação das alterações climáticas, que forçam a migração das populações de abelhas e de outros polinizadores de matas nativas como borboletas, aves e morcegos. "A Iniciativa Europeia de Polinizadores, que reuniu 85 instituições de pesquisa, detectou que havia uma crise de declínio de polinizadores por lá e já começou a agir para reverter o que for possível e evitar o pior".

Uma equipe da Universidade Federal do Ceará (UFC) coordenada por Breno Freitas vai verificar quais culturas poderiam apresentar aumentos de produtividade por meio do emprego intensivo de polinizadores. Em um de seus experimentos anteriores, Freitas mostrou que a produção dos cajueiros pode aumentar até 70% quando as abelhas circulam livremente entre as árvores, levando o pólen de uma flor a outra e assim favorecendo a formação e o crescimento de frutos, em comparação com árvores sem polinizadores por perto. "A resposta nunca será a mesma, porque depende das condiçõe locais", diz Freitas. "Quanto mais degradada for uma área, maior tende a ser o impacto dos polinizadores na produção agrícola."
Freitas encontrou uma abelha solitária sem ferrão do gênero Centris que poliniza as flores dos cajueiros com uma eficiência similar à das Apis mellifera, a espécie mais usada como polinizadora. Como as crias das Centris se alimentam de óleos essenciais das plantas, Freitas está avaliando os efeitos do plantio de acerola (produtora de óleos vegetais) para atrair as Centris que possam polinizar cajueiros próximos. "Essa pode ser uma forma de ter duas culturas na mesma área, uma atraindo polinizadores para a outra", diz ele.

O cafeeiro não depende de polinizadores naturais, mas a produção dos cafezais cercados de mata com abelhas nativas aumentou 15% em comparação com a de cultivados em áreas abertas, de acordo com um estudo da Universidade Federal de Viçosa. "No Peru e na Costa Rica a produção aumentou até 50%, dependendo do tamanho e do estado de preservação das matas nativas próximas às plantações", diz Vera. Segundo Freitas, no caso do feijão, "apesar de não aumentar a quantidade de vagens produzidas, a melhor polinização realizada pelas abelhas aumenta o número de grãos por vagem, e isso é lucro a mais no cultivo".


A prova da feira 

O toque da perfeição: a qualidade de frutas como estas depende dos polinizadores
 
Não faltam argumentos a favor dos polinizadores. Os tomateiros frutificam mais facilmente quando abelhas visitam suas flores e facilitam o crescimento dos frutos. "Sem polinizadores naturais, o agricultor é que tem de pincelar pólen em cada flor para os tomates crescerem", diz Vera. Um estudo de um grupo de biólogos da USP de Ribeirão Preto indicou que morangos polinizados em estufas por duas espécies de abelhas sem ferrão, a Scaptotrigona depilis e a Nannotrigona testaceicornis, produzem mais e melhores frutos do que quando cultivados em áreas abertas sem abelhas. Vera conta como ela própria identifica os efeitos dos polinizadores nas bancas de frutas: "Quando vejo uma maçã ou um morango assimétrico ou malformado, sei que a polinização não foi benfeita".

Açaí, cupuaçu, maracujá e berinjela também necessitam de abelhas, enquanto o mamão precisa de mariposas para frutificar. Mundialmente, 70% das 124 principais culturas agrícolas utilizadas para consumo humano - um terço da produção mundial de alimentos - dependem de polinizadores. Vários levantamentos internacionais indicam que o desaparecimento mundial dos insetos polinizadores seria um desastre ambiental e econômico. A busca por mais terras para agricultura poderia se intensificar e a vegetação nativa escassear ainda mais. A perda estimada na produção de frutas é de R$ 130 bilhões e a de cereais, R$ 100 bilhões. "Está na hora de levarmos os polinizadores mais a sério", diz Vera.

Polinizadores naturais como os insetos ainda são pouco empregados no Brasil. Apenas os plantadores de maçã, na Região Sul, e de melão, no Nordeste, alugam caixas com colônias de abelhas para fertilizar suas plantas. Prevendo que essa situação vai mudar, a equipe de Vera no Instituto de Biociências da USP em São Paulo trabalhou com o grupo da USP em Ribeirão Preto para criar em laboratório abelhas-rainhas de quatro espécies nativas sem ferrão que atuam como polinizadoras, entre elas a jataí (Tetragonisca angustula).

"Produzimos, se necessário, mil rainhas por mês", diz Vera. Ela acha que é pouco: "Temos de nos preparar para uma produção comercial e para uma demanda grande em breve". Astrid Kleinert e Kátia Malagodi-Braga, de sua equipe, mostraram em 2004 que a produção de morangos poderia ser maior quando auxiliada por abelhas jataí. "O método deu certo, mas os produtores ainda não têm a quem encomendar mil colônias de jataí. Desde 2006 o comércio mundial de polinizadores produz mais de 1 milhão de colônias de Bombus terrestris por ano. Aqui no Brasil esse também poderia ser um bom negócio, já que cada caixa com colônias de jataí custa em torno de R$ 100."

Escolha difícil 

A produção de rainhas de espécies nativas em quantidades crescentes pode ajudar na multiplicação de ninhos de abelhas nativas e reduzir a dependência da Apis mellifera, a única espécie polinizadora produzida em larga escala no mundo. A Apis é versátil e resistente a variações de temperaturas, mas não atende bem a todas as plantas. Com os tomateiros, uma espécie sem ferrão, a Melipona quadrifasciata, foi mais eficiente que a Apis mellifera, induzindo a formação de mais e maiores frutos, de acordo com um estudo do grupo de Luci Bego na USP de Ribeirão Preto.Vera Fonseca conta que tem recebido telefonemas ou mensagens de plantadores de tomates perguntando que abelhas poderiam soltar entre as plantações para colher mais tomates, mas ela ainda não tem uma resposta simples. "Temos algumas possibilidades e estamos comparando dados para ver se podemos fazer alguma indicação sobre que espécie adotar", diz ela.

Se não há respostas imediatas, não é por falta de pesquisa. A produção de conhecimento é intensa e emerge de grupos consolidados, criados há décadas por pioneiros como Paulo Nogueira Neto e Warwick Kerr em São Paulo e Jesus Santiago Moure em Curitiba. A razão é outra. "Temos muitas espécies de abelhas nativas e a maioria ainda é muito pouco conhecida", diz Antonio Mauro Saraiva, professor da Escola Politécnica da USP que trabalha com Vera Fonseca desde 1999.

O Brasil abriga cerca de 3 mil espécies de abelhas de hábitos sociais ou solitários. Algumas são raridades, como a Melipona bicolor schencki. Os biólogos ainda não sabem que espécie de planta essa abelha utiliza para produzir um mel branco "de sabor incrível", segundo Vera, mas essa já é uma das quatro espécies de abelhas sem ferrão do Rio Grande do Sul que podem desaparecer se as matas de araucária se forem.

Formado em engenharia elétrica e agronomia, Saraiva cuida do suporte tecnológico das pesquisas sobre polinizadores. Ele, com sua equipe, faz equipamentos de coleta de dados e programas de computador que permitem o acesso a coleções biológicas no Brasil ou no exterior. "O que fazemos para um grupo pode servir para outro", diz ele. É o caso do monitor de colmeias, um aparelho com sensores que acompanha a umidade e a temperatura das colônias que deve ser testado este ano em um apiário de Mossoró, Rio Grande do Norte. Talvez o aparelho possa antecipar o risco de as abelhas abandonarem as colmeias por excesso de calor.

Pomares sem pragas 

Os artigos sobre polinizadores se tornam mais comuns em uma das principais revistas dos apicultores, a Mensagem Doce, da Associação Paulista de Apicultores Criadores de Abelhas Melíficas Europeias (Apacame). Hoje com 7.340 apicultores, a associação adotou em 1981 o slogan "abelhas a serviço da agricultura" como forma de ampliar o uso das abelhas para além da produção de mel. Segundo Constantino Zara Filho, presidente da Apacame, a procura por Apis como polinizadoras agrícolas tem avançado de modo contínuo no Brasil. "Quem quiser produzir mais ou colher frutos uniformes e bem formados tem de contar com os polinizadores naturais", afirma. Zara Filho diz que as abelhas podem contribuir também para a sanidade dos pomares, ao consumir o néctar e o pólen que poderiam atrair insetos danosos para as plantações.

As conclusões sobre o valor dos polinizadores de culturas agrícolas e de matas nativas ganham visibilidade, mas ainda não há no Brasil nada equivalente à Pollinator Partnership, uma organização não governamental dos Estados Unidos que se constitui em fonte de informação e de ação sobre polinizadores, premiando governadores e fazendeiros que os protegem.

A campanha nacional de proteção aos polinizadores, gerenciada pela Pollinator Partnership, reúne 120 instituições, pesquisadores, conservacionistas, representantes do governo, estudantes e professores. "Estamos tentando mobilizar as ONGs para se integrar nesse projeto e ajudar a disseminar essas ideias", comenta Dias.

O que os polinizadores fazem para as culturas agrícolas é uma das formas de serviços dos ecossistemas, expressão usada para designar os serviços prestados pela natureza, como o fornecimento de água e controle de erosão, enchentes e pragas, além de lazer, na forma de praias ou montanhas aprazíveis. Esse conceito ganhou força com um artigo publicado na revista Nature de 1997 que estimava em US$ 33 trilhões o valor econômico dos serviços dos ecossistemas na Terra. Em 2005 fundamentou o estudo Avaliação sistêmica do milênio, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). "A China adota o pagamento pelos serviços dos ecossistemas", diz Vera. "Viram que era mais barato que pagar pelos prejuízos da destruição ambiental."

A valorização dos polinizadores - e dos serviços ambientais que prestam - depende da superação de abordagens antigas. "No currículo do curso de agronomia", afirma Saraiva, "não há disciplinas sobre polinização". Propostas novas nem sempre se espalham com rapidez. Vera Fonseca acredita que as pessoas, mesmo sem serem agricultora ou apicultoras, poderiam manter colônias de jataí em praças, ruas, apartamentos e escolas, não apenas em sítio e plantações, e deixar que essas abelha versáteis e inofensivas polinizassem o máximo possível de plantas ao redor. Mas, ela sabe, essa possibilidade ainda soa um tanto exótica.

O Projeto
Biodiversidade e uso sustentável de polinizadores, com ênfase em abelhas Meliponini - nº 04/15801-0
Modalidade
Projeto Temático - Programa Biota-FAPESP
Coordenadora
Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca - IB/USP
Investimento
R$ 3.036.892,21 (FAPESP)

Desenvolvimento e produção de pólen em colméias de Apis mellifera L. africanizadas

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Autor: Danilo Freitas da Silva Et al
O objetivo deste trabalho foi avaliar a alimentação energética ou protéica e o desenvolvimento de colônias de abelhas Apis mellifera L.
Resumo
Foram alojadas oito colméias Langstroth com coletor de pólen modelo alvado, mantidas em uma área de 5 ha de lavoura de girassol (Hellianthus annuus L.), distribuídas em dois tratamentos: alimento energético (açúcar invertido) ou alimento protéico (açúcar refinado+açúcar invertido+farinha láctea - 6:3:1). O objetivo deste trabalho foi avaliar a alimentação energética ou protéica e o desenvolvimento de colônias de abelhas Apis mellifera L., durante a produção de pólen em cultura de girassol. Foram avaliadas: área de cria, área de mel, área de pólen e produção de pólen das colmeias. O suplemento energético proporcionou maior (P<0,10) área de cria final, e maior (p<0,10) ganho de área de mel em relação ao suplemento protéico. A produção total de pólen foi maior (p>0,10) no tratamento energético comparado ao protéico, sendo 2112,48 e 716,88 gramas, respectivamente. O alimento energético se mostrou mais eficiente na alimentação de abelhas africanizadas durante a produção de pólen na cultura do girassol, a qual proporcionou boa produção de pólen
apícola nas colmeias. 

Para ler o artigo na íntegra acesso o documento abaixo!

Própolis: definição, composição, produção, manipulação e registro


 
Título
Própolis: definição, composição, produção, manipulação e registro
 
Autor
James Arruda Salomé
 
 
Conteúdo
A produção de própolis, paralelamente ao mel, tem levado muitos apicultores a entrarem nesse tipo de exploração, seja por raspagem, seja por produção. A própolis é uma resina vegetal que as abelhas coletam de certas plantas, principalmente das coníferas ou de espécies onde o produto é encontrado na casca, em forma resinosa; em outras, a própolis é encontrada nas gemas prestes a florescer. As abelhas coletam esse material com o uso de suas mandíbulas, com as quais o raspam e o tornam maleável. O ácido 10-hidroxidecenóico, secretado pelas glândulas mandibulares, facilita o trabalho de trituração e amolecimento da resina, que finalmente é depositada na corbícula (cesta de pólen) presente no terceiro par de patas - isto pode ser realizado com a abelha parada ou em pleno voo. Ela pode levar de 15 minutos à uma hora para encher as corbículas. A extração de própolis das colméias pode ser realizada de forma direta, por raspagem, durante as revisões periódicas. A utilização de formão para raspagem de própolis do alvado, da parte interna da tampa e acima dos quadros, é uma técnica normal realizada pelos apicultores. Uma técnica utilizada para indução da propolização é a utilização de abertura de frestas laterais no centro das melgueiras, com dimensões de 4 x 48cm (por exemplo), onde é inserido um quadro móvel para a coleta da própolis denominado "quadro coletor TP" ou coletor "Tira e Põe".  Outro método comumente usado pelos apicultores, para a produção de própolis, é a tela plástica sobreposta abaixo da tampa. Existe a possibilidade de o produtor comercializar a resina “in natura” para entrepostos, que irão manipular o produto, transformando-o em extrato de própolis. Há um padrão oficial para o extrato de própolis: trata-se da IN nº 3, de 19/01/2001 do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A produção de resina de própolis, paralela à produção de mel, representa um bom negócio para os apicultores. Para ter maiores informações sobre própolis, leia o relatório na íntegra.



Apicultura do RN é a quarta em exportação no Brasil
Autor: Redação
 
O Estado ocupa a quarta posição entre os exportadores do país nas estatísticas de maio

A melhoria no manejo do mel e as adequações ao mercado externo colocaram o Rio Grande do Norte em destaque no último balanço de exportações do produto apresentado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC).


O Estado ocupa a quarta posição entre os exportadores do país nas estatísticas de maio, com um total de 209 mil quilos de mel. Em abril passado, as exportações potiguares ocupavam a sétima colocação. Este valor equivale a uma receita de US$ 632 mil.
O Rio Grande do Norte ficou atrás apenas dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Piauí, que ocupam, respectivamente, o primeiro, segundo e terceiros lugares no ranking de exportações, segundo o balanço de maio.


As condições climáticas apresentadas no período também possuem influência direta na elevação da quantidade de mel enviada ao mercado externo. As chuvas favorecem floradas mais intensas e duradouras, que refletem numa maior produção, assim como na melhoria da qualidade do mel produzido.


Unem-se a esses fatores os investimentos em capacitação dos apicultores e aplicação de técnicas inovadoras nas colméias, como o melhoramento das abelhas com vistas ao aumento da produção.

"Após capacitar mais de cinco mil apicultores em todas as regiões do Estado, estamos trabalhando agora em técnicas que garantam o aprimoramento, a qualidade e o aumento na produtividade de mel. Estas ações vão permitir que a apicultura do Rio Grande do Norte, continue conquistando espaço nos mercados interno e externo", assegura o gestor de Apicultura do Sebrae/RN, Lecy Gadelha.

O mel produzido no Estado segue, principalmente, para a Europa e Estados Unidos. Entre as regiões potiguares que mais se destacam na produção de mel, está a região Oeste, com destaque para os municípios da Chapada do Apodi. A região do Mato Grande, que possui grande potencial a ser explorado, e o Alto Oeste potiguar também figuram entre as mais produtivas regiões do Estado.
Fonte: Jornal o Mossoroense, publicada em: 01/07/2011