quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Meliponário do Sertão promove concurso



A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através da Unidade Especializada em Ciências Agrárias tem investido também em ações de pesquisa e extensão com o intuíto de estimular pesquisadores Júnior e ja começa a render bons frutos.

Em um concurso promovido pelo blog Meliponário do Sertão o bolsista Raul Rodrigues ficou na primeira colocação.
Para acesso a matéria completa acesse: 

http://www.meliponariodosertao.com/2010/12/1-colocado-raul-rodrigues.html

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Início da Apicultura no Brasil

Início da Apicultura no Brasil

Autor: Fábia de Mello Pereira e Marla Teresa do Rêgo Lopes

 
A apicultura, criação racional das abelhas Apis mellifera, é uma atividade que propicia ganhos econômicos e contribui para a manutenção e preservação do meio ambiente
A apicultura, criação racional das abelhas Apis mellifera, é uma atividade que propicia ganhos econômicos e contribui para a manutenção e preservação do meio ambiente. Essa espécie de abelha é originária da Europa, Ásia e África e pode ser encontrada nas savanas, florestas tropicais, desertos, regiões litorâneas e montanhosas. A grande variedade de clima e vegetação do habitat original da espécie contribuiu para a evolução de diversas subespécies ou raças de abelhas A. mellifera, com diferentes características e adaptadas a diversas condições ambientais.
No Brasil, as primeiras colônias de A. mellifera foram introduzidas a partir de 1840, oriundas da Espanha, Portugal, Alemanha e Itália. As primeiras subespécies criadas no País foram: A. mellifera mellifera (abelha preta ou alemã),  A. mellifera carnica, A. mellifera caucasica e A. mellifera ligustica (abelhas italianas). Naquele tempo, a apicultura era uma atividade rústica e o objetivo principal da maioria dos produtores era atender às próprias necessidades de consumo.
Até 1950, a apicultura brasileira sofreu grandes perdas em função do surgimento de doenças e pragas. Estima-se que 80% das colônias tenham sido dizimadas, gerando queda drástica na produção. Com o objetivo de aumentar a resistência às doenças das abelhas no País, em 1956 o professor Warwick Estevam Kerr, com apoio do Ministério da Agricultura, dirigiu-se à África para selecionar colônias de abelhas africanas A. mellifera scutellata que fossem produtivas e resistentes a doenças. As rainhas foram introduzidas no apiário experimental de Rio Claro, Brasil, para serem testadas e comparadas com as abelhas italianas e pretas. Entretanto, um incidente contribuiu para que 26 colônias de abelhas africanas enxameassem 45 dias após a introdução.
As abelhas africanas encontraram no Brasil condições de clima e vegetação excelentes para se propagarem e cruzarem com as abelhas européias, que haviam sido introduzidas anteriormente. Assim, a liberação dessas abelhas muito produtivas, porém muito agressivas, criou um novo híbrido, as abelhas africanizadas.
A agressividade na competição por alimento, grande capacidade de enxameação e a facilidade de adaptação a diversos climas e ambientes, possibilitaram a expansão da abelha africanizada por todo o Brasil e diversos países do continente americano. Pesquisas realizadas por professores da USP indicam que a velocidade de dispersão desse inseto é de 320 Km/ano.
O comportamento defensivo, entretanto, gerou dificuldades para o Brasil. Os problemas ocasionados pelos ataques das abelhas seguidos de mortes de pessoas e animais chegaram aos noticiários internacionais. As "abelhas assassinas" ou "abelhas brasileiras", como ficaram conhecidas, geraram verdadeiro pavor por todo o mundo e passaram a ser tratadas como praga. Diversos países do continente Americano tentaram, inutilmente, criar barreiras que impedissem o avanço das abelhas africanizadas.
Apesar desses problemas iniciais, as abelhas africanizadas forçaram a modernização da apicultura no Brasil. O investimento em pesquisas, criação e adaptação de tecnologias e capacitação auxiliaram na melhoria e profissionalização da atividade. O Brasil é atualmente exportador de mel, cera e própolis e a maior resistência das abelhas africanizadas às pragas e doenças permite que a atividade seja conduzida sem aplicação de medicamentos, facilitando a produção de mel orgânico. Embora a africanização das abelhas ainda encontre alguma resistência por parte de apicultores, não há como negar os benefícios que o incidente ocorrido há pouco mais de 50 anos trouxe para a atividade apícola brasileira.

Fartura de Mel

Criadores de abelha da região de Sorocaba, em São Paulo, estão satisfeitos com a produtividade das colmeias
Criadores de abelha da região de Sorocaba, em São Paulo, estão satisfeitos com a produtividade das colmeias. O tempo ajudou e o volume de mel está superando as expectativas. Tudo que é extraído das caixas tem venda garantida.
Poucas vezes as colmeias estiveram tão produtivas no apiário de Mário como agora. Ele já colheu duas toneladas, a mesma quantidade de toda a safra passada. Desta vez ele espera bem mais. “Ano passado teve muita chuva e atrapalhou o início da florada. Este ano teve seca e está chovendo o nível normal, então a produção antecipou. A previsão de colheita é de oito toneladas de mel mais ou menos”, comemora o criador Mário de Souza.
Além da florada que veio mais cedo, o resultado tem a ver com a seleção de rainhas e com a manutenção das caixas. Uma caixa produz 30 kilos de mel.
A colheita, que está só começando, vai até abril. Edson Sampaio, apicultor há três anos, também está satisfeito com a produção. Para vender não há qualquer problema. “Todo mel que a gente produz tem consumo, eu não fico com o produto parado”, explicou.
Cerca de 30% do que os apicultores das regiões de Sorocaba e Itapetininga produzem passam por uma cooperativa. Ano passado foram 87 toneladas e tudo foi vendido no estado de São Paulo.
São 228 cooperados em 47 municípios. Quando o mel chega é centrifugado. Depois de analisado, é beneficiado até ficar pronto para consumo. As caixas são entregues ao produtor. Mário vai receber 75 kilos e vai vender em mercados, quitandas e todo o comércio. Ele comenta que facilita bastante a passagem pela cooperativa porque o produto vem com um certificado de garantia e fica mais fácil vender.
Se no atacado o apicultor vende o mel por R$ 6 o kilo, no varejo consegue até R$ 16. O produto sai com certificado de inspeção estadual, mas a cooperativa busca também o certificado de inspeção federal, o que irá permitir a comercialização fora do estado. É um passo importante para alcançar outro objetivo: o mercado internacional.
O produto para exportação sai por cerca de R$ 5 o kilo. “A quantidade de produto é que faz diferença. O produtor pode produzir a quantidade que conseguir que a venda vai estar garantida. Embora o preço seja mais baixo, o que importa é a venda garantida”, avalia Antonio Nóbrega, presidente da cooperativa.
Os principais compradores do mel brasileiro são os Estados Unidos e a Alemanha. Ano passado, o faturamento com a exportação atingiu os 65 milhões de dólares.

Fonte: Globo Rural, publicada em: 27/12/2010

As abelhas e o clima

As abelhas e o clima 

 

 

Autor: Da Redação
Atualmente, o tema "mudanças climáticas" tem gerado calorosas discussões em todo o mundo
Atualmente, o tema "mudanças climáticas" tem gerado calorosas discussões em todo o mundo. Os pesquisadores buscam compreender e encontrar soluções para mitigar o processo de aquecimento global que poderá, num futuro próximo, atingir diversos organismos presentes em ambientes naturais ou mantidos pelo homem. Em relação às abelhas, este interesse não é menor, já que esses insetos, por serem sensíveis às mudanças ambientais, podem ser bons indicadores para o processo de Aquecimento Global.

As abelhas, que já vem sofrendo forte pressão de diversos fatores como os desmatamentos, que destroem tanto as suas fontes de alimento como de abrigo, o uso indiscriminado de pesticidas nas lavouras e os surtos de pragas e doenças, encontram no processo de Aquecimento Global mais uma importante barreira para seu sucesso. E não é à toa que, nos últimos anos, tem sido grande a preocupação com os casos de desaparecimento de populações desses insetos em vários países, principalmente em virtude de seu importante papel como agente polinizador de culturas agrícolas e de ambientes naturais.

Apesar da capacidade de adaptação das abelhas a diferentes ambientes, as colônias desses insetos podem sofrer grandes prejuízos com as variações das condições climáticas. Embora as abelhas adultas sejam relativamente tolerantes às variações térmicas, suas crias são sensíveis a pequenas variações da temperatura do ninho. Para o bom desenvolvimento das formas jovens, a área de cria do ninho deve ser mantida a temperaturas entre 30 a 35°C, já que as temperaturas acima desta faixa podem prejudicar o desenvolvimento larval, principalmente a metamorfose. Além disso, em temperaturas acima de 40°C, os favos de cera cheios de mel podem amolecer e quebrar.

Uma temperatura elevada no interior da colônia pode por em risco tanto o desenvolvimento populacional como o armazenamento de alimento; com isso, as abelhas tomam uma série de medidas para evitar o superaquecimento. Inicialmente, as abelhas adultas se dispersam pelo ninho e começam a promover a ventilação, pelo batimento das asas, de forma a criar correntes de ar que favorecem a saída do ar quente e entrada de ar fresco. Adicionalmente, as operárias podem promover a evaporação de pequenas gotas de água, espalhadas nos favos ou expostas nas suas próprias línguas. Por isso, é grande a importância da manutenção de fontes de água nas proximidades da colônia. Também visando a diminuição da temperatura, parte das abelhas pode sair da colméia, formando aglomerados do lado de fora para reduzir a produção de calor e facilitar a ventilação. Entretanto, tudo isso gera um gasto energético extra para a colônia, que emprega tempo e recursos para o controle da temperatura, deixando de realizar outras atividades como coleta de néctar e pólen para o armazenamento de alimento.

Apesar destes mecanismos de termorregulação permitirem a sobrevivência das abelhas em situações de estresse térmico, existem determinadas condições que dificultam estas medidas; por exemplo, quando ocorre a escassez de água ou quando a colônia se encontra enfraquecida, com população pequena, o que dificulta o controle da temperatura. Nesses casos, pode ocorrer o que se chama "enxame abandono", quando toda a colônia deixa aquele local devido as condições desfavoráveis, e o enxame sai à procura de um outro lugar para o estabelecimento do ninho.

Esta situação é indesejável para os apicultores, que terão que recapturar ou comprar novos enxames para repor os que foram perdidos, o que pode comprometer a produtividade. Além disso, as colônias que enfrentam esta situação têm sua capacidade produtiva comprometida, visto que estão ocupadas na manutenção da temperatura e não na coleta de néctar e pólen.

Outros elementos climáticos como umidade relativa do ar, radiação solar, precipitação, velocidade do vento e pressão atmosférica têm um efeito determinante em relação ao estabelecimento e desenvolvimento de colônias de abelhas. Dessa forma, considera-se importante o monitoramento dessas variáveis e a avaliação de sua influência nas colônias de abelhas, visando o estudo dos impactos que as mudanças climáticas podem provocar sobre esses organismos e possíveis ações que possam minimizar esses efeitos.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A exportação brasileira de mel em 2010

Desde a entrada consistente do Brasil no mercado mundial do mel, a partir das saídas da China e da Argentina (primeiro e segundo maiores exportadores de mel do mundo, respectivamente, 2003 e 2004), e mesmo com o retorno de ambos após as devidas adequações, nossa produção nacional de mel tem embarcado, em sua parcialidade, nos diversos portos do país para suprir demandas do produto em diferentes continentes (principalmente na América do Norte e na Europa).

A cultura de comercialização do mel voltada quase que exclusivamente ao mercado interno, dentro da última década, tem sofrido mudanças tanto na área de tecnologia (em campo e no processamento), quanto na área comercial (contatos e contratos externos, adequação à legislação vigente), assim como na logística (tanto da produção como no transporte do produto), fazendo surgir uma cultura exportadora.

Essa modificação dentro da cadeia produtiva da apicultura tem alavancado tecnologias produtivas e de beneficiamento do mel, aumentando a produtividade e melhorando processos, a ponto de ocorrer uma preocupação com os excedentes produtivos. Caso ocorram problemas com a comercialização externa, por exemplo, será preciso de mais incentivo ao consumo interno. Essa ação fica muito bem ilustrada pela campanha lançada no último Congresso Brasileiro de Apicultura, realizado em Cuiabá (MT), para incrementar o consumo nacional de mel.

Veja o estudo completo:

Méis compostos

O mercado brasileiro de consumo de mel possui uma particularidade extremamente pontual: a utilização do mel, em sua forma “in natura” e/ou composta com outros produtos (apícolas ou não), com finalidade terapêutica. O uso do mel com finalidade medicamentosa ocupa considerável parcela do mercado consumidor brasileiro, principalmente com a finalidade de tratar, às vezes em associação com outros produtos, problemas relacionados às vias respiratórias, como tosses, gripes e resfriados.

Com essa visão relacionada à natureza do consumo do mel no Brasil, é possível delinear estratégias para a comercialização diferenciada de produtos a base de mel que supram as necessidades atuais do mercado consumidor. Uma das possibilidades é produzir e comercializar méis compostos direcionados para o público-alvo que tenha essa visão específica de consumo.

O mel composto geralmente é feito de mel e algum outro tipo de produto, que poderá ser também derivado das colméias, como geléia real, própolis e pólen, ou extratos vegetais, principalmente eucalipto, guaco, agrião, gengibre e outros.


Veja o estudo completo:
http://sis.sebrae-sc.com.br/sis/pages/uploadDocs/arquivos/relatorio_601.pdf?idSetor=1




quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pólen - Autor: Prof. Msc. Silvio Lengler, e-mail: slengler@uol.com.br

•O Pólen apícola é diferente do pólen das plantas porque a abelha aglutina-o com a saliva, para que possa ser fixado nas corbículas(cestas das patas traseiras) e transportado para a colmeia. Como a saliva da abelha é rica em enzimas, aminoácidos e vitaminas, o pólen possui uma riqueza infinita de minerais, proteínas e fibras vegetais, logo resulta num produto de alto valor nutritivo.

•Há na natureza 22 aminoácidos essenciais para a saúde humana, e o pólen é o único alimento que contém todos os 22 aminoácidos. Quase todas as vitaminas foram identificadas no pólen, sendo particularmente rico em carotenos (vitamina A).

•Algumas variedades como o pólen de acácia contém 20 vezes mais caroteno que a cenoura que considerada a principal fonte dessa vitamina. É rico em rutina ou vitamina P, que fortalece os capilares, veias e artérias e reverte o endurecimento destas últimas e por isso é muito importante para o sistema cardiovascular, especialmente após os 40 anos.

•O pólen é uma fonte preciosa de oligo-minerais com mais de 22 elementos. Os oligo-minerais são elementos químicos (titânio, níquel, cobalto, silício,...) que o organismo humano necessita em pequenas quantidades e que não existem na maioria dos produtos alimentícios. A medicina orto-molecular, hoje em dia, está demonstrando a importância dos oligo-elementos para o bom funcionamento do nosso organismo.

•Os níveis de vitaminas em 100g de pólen são os seguintes: Vit.A 50 mg, Vit B1 10 mg, Vit B2 10mg, Vit B3 20 mg, Vit B5 120 mg, Vit B6 5 mg, Vit C 80 mg, Vit E 100 mg, Colina 690 mg, Vit P 50 mg. O pólen constitui-se ainda de: Ácidos graxos 23,6%, Ácido Linoléico 39,4%, Carboidratos 38,2% dos quais 31% é açúcar total e 7,2% celulose, Proteína de 10% a 35%. Há vestígios de 15 elementos no pólen os quais são necessários ao organismo humano, que são: ferro, iodo, cobre, zinco, manganês, cobalto, molibdênio, selênio, cromo, níquel, estanho, estrôncio, boro, flúor e vanádio.

•Os níveis de flavona são de 2,54g para 100 g, sendo que os compostos flavonóides têm funções de prevenir as arterioscleroses, diminuir os níveis de colesterol, aliviar a dor e proteger de radiações. Na Grécia antiga existia uma bebida considerada a bebida da imortalidade, que era uma mistura de mel e pólen, denominada de AMBROSIA, fonte de inesgotável poder para o organismo humano.

•O pólen é rico em hormônios vegetais, que se sabe, não tem efeitos colaterais e tem surpreendente faculdade de regular as glândulas endócrinas, e por isso seu uso tem uma ação efetiva especialmente sobre a próstata.

•O pólen exerce também uma ação reguladora das funções intestinais,especialmente para pessoas com intestino preguiçoso, pois regula a flora intestinal. É excelente no tratamento de anemias, elevando rapidamente a taxa de hemoglobina no sangue, uma vez que regenera os glóbulos vermelhos.

•O pólen melhora a oxigenação do sangue, fazendo com que a circulação seja melhor, sendo assim um excelente antidepressivo, além de auxiliar no combate ao stress, evitando assim úlceras e gastrites de fundo nervoso. Provoca euforia e um melhor ânimo, melhorando o humor daspessoas. É indicado para problemas de obesidade por ser um poderoso complemento alimentar protéico, diminuindo a vontade de ingestão de carne.

•Na China estudos foram realizados comprovando que o pólen tem poder de reduzir o colesterol, sendo que pacientes com taxas de colesterol de 279 mg/dl e lipídios neutros de 210 mg/dl, após dois meses de administração de pólen baixaram as taxas laboratoriais para colesterol 158 mg/dl e lipídios neutros 102 mg/dl.

•O pólen assim como a geléia real é indicado para as síndromes do climatério feminino e masculino, por atuar como estimulador do organismo e regulador das funções orgânicas. É recomendado para ser consumido por pessoas que têm problemas com: visão, envelhecimento cerebral, anemia, aparelho digestivo, cardiovascular e urinário, hormônios sexuais e prostatismo.

•Também regula a flora intestinal, regenera a heTambém regula a flora intestinal, regenera a hemoglobina e os glóbulos vermelhos e por conseqüente, uma melhor oxigenação do sangue e dos tecidos. Possui a surpreendente facilidade de regular as secreções das glândulas endócrinas. Por isso é o único nutriente da PRÓSTATA, proporcionando seu rejuvenescimento. O pólen deve ser consumido diariamente, porque pode fornecer todos os aminoácidos necessários ao metabolismo biológico, assim trará ao homem benefícios no: HUMOR, DISPOSIÇÃO, VITALIDADE E DIMINUIÇÃO DO ENVELHECIMENTO CEREBRAL.

•Todos os produtos das abelhas, quando corretamente utilizados, possuem efeitos benéficos para a saúde humana e são uma dádiva da natureza. Contudo, devem sempre ser usados como complemento e manutenção da saúde e, em caso de enfermidades, nunca devem substituir a consulta à um profissional de saúde.

• Autor: Prof. Msc. Silvio Lengler, e-mail: slengler@uol.com.br



PROGRAMA PADRÃO DE QUALIDADE DO MEL DE ABELHA

Paulo Airton Macedo e Silva

Federação Cearense de Apicultura - FECAPI



INTRODUÇÃO

Com a expansão da apicultura no nordeste o mercado interno do mel tornou-se bastante competitivo, aumentando de modo significativo a oferta do produto, com os preços tendendo a oscilar para baixo. A necessidade da ampliação de mercado passou a ser o grande desafio do setor apícola, que partiu em busca de clientes no continente europeu.

O mel silvestre produzido no Ceará está dentro do padrão de cor e sabor para exportação. No entanto, apesar deste produto se apresentar orgânico no interior da colméia, ou seja, livre de qualquer tipo de contaminação, a partir do início da colheita e durante a prática do beneficiamento e armazenamento, o mel passa a perder qualidade comprometendo a sua comercialização para o mercado externo.

O mercado internacional é bastante exigente com relação à qualidade dos produtos alimentícios, criando um rígido controle para a aquisição do mel de abelha. Portanto, a adequação do apicultor cearense a esta nova realidade é imprescindível e urgente, para que possamos manter sempre operante esse canal de comercialização, através da oferta de um produto de alta qualidade, e assim conquistando melhores preços.



OBJETIVO DO CURSO

No momento em que o estado do Ceará passa a ocupar o segundo lugar como exportador de mel para a Europa, no ano de 2001, superando São Paulo, Minas Gerais e Piauí; torna-se necessária a adoção de medidas que nos garanta a produção de um mel de boa qualidade, promovendo um alto grau de satisfação na clientela. Para isso, em parceria com o Sebrae e o Banco do Nordeste, implantamos um modelo pioneiro de Padrão de Qualidade do Mel em 11 Associações Comunitárias do município de Mombaça, através de um curso com 24 horas de duração, contemplando um segmento teórico relacionado com o conteúdo da apostila, e uma parte prática voltada para a colheita, beneficiamento e armazenamento do mel, segundo as recomendações estabelecidas.



Umidade do mel - o ar tende a ficar carregado de água durante a estação chuvosa, transferindo umidade para o mel produzido neste período do ano. Mesmo assim, muitos apicultores insistem em colher os favos com grandes áreas desoperculadas, o que favorece ainda mais a elevação do teor de umidade do produto. Outro procedimento que deve ser evitado é o acúmulo de água na máquina centrífuga e nos recipientes, proveniente do processo de lavagem, além do hábito de lavar as mãos e o garfo desoperculador constantemente, durante o processo de desoperculação, de uma vez que estas práticas contribuem, tão somente para o aumento dos índices de umidade do mel.

A umidade ideal do mel é em torno de 17%-18%, o que impede o desenvolvimento de leveduras, possibilitando o seu armazenamento, sem o perigo da fermentação. Acima de 21% de umidade, o mel fica sujeito à fermentação em curto espaço de tempo, tornando-o impróprio para o consumo.

Para evitar a depreciação do mel, devido à elevação da umidade o apicultor deve adotar os seguintes procedimentos:



1. Usar o refratômetro portátil para medir a umidade do mel a ser colhido

2. Beneficiar o mel sempre em dias secos, com baixa umidade do ar

3. Retirar todo o excesso de umidade dos equipamentos e dos baldes

4. Evitar a lavagem constante das mãos durante o manuseio do mel

5. Usar desumidificador industrial em local próprio, se for o caso

6. Colher somente os favos totalmente operculados, principalmente na estação chuvosa

7. Evitar armazenar o mel em ambientes úmidos


Higiene do mel - por se tratar de um alimento altamente nutritivo, o mel torna-se um ótimo meio de proliferação de microrganismos, que podem causar danos à saúde do consumidor. Como o mel é considerado um alimento saudável e natural, pode transformar-se em um produto indesejável, pela sua ação nociva ao homem, após ser contaminado.

Quando o mel apresenta altos índices de contaminação microbiana, de acordo com a legislação do Ministério da Agricultura, a sua comercialização é inviabilizada, por tornar-se imprestável para o consumo humano, acarretando em prejuízos para o produtor.

A perda de qualidade do mel, por contaminação microbiológica, é devido principalmente aos seguintes fatores:



1. Manipulação do mel em recipientes sujos ou mal lavados

2. Local de beneficiamento impróprio e sujeito à contaminação

3. Utilização de água de má qualidade

4. Falta de cuidados com a higiene pessoal

5. Caixas de transporte conduzidas de forma inadequada



Esse problema é de fácil solução, mas exige que o apicultor conheça os conceitos básicos de higiene pessoal e que esteja consciente da importância da sua prática.



Contaminação com metais pesados - a legislação do Ministério da Agricultura é bastante rigorosa com relação à presença de metais pesados no mel, aceitando apenas uma parte por milhão. Os apicultores devem estar atentos à gravidade desse problema, que provoca o acúmulo de substâncias nocivas no organismo humano, acarretando sérias complicações futuras para a saúde.

Esse problema é decorrente de diversos fatores:



1. Manuseio com equipamentos oxidados

2. Utilização de pintura interna nos equipamentos da casa do mel

3. Reutilização de embalagens destinadas a outros produtos

4. Combustão de material tóxico no fumegador



Para evitar esse tipo de contaminação do mel, o apicultor deverá usar somente material de aço inox de boa qualidade, como também embalagens plásticas próprias para alimento.





HMF (Hidroximetilfurfural) - diante de temperaturas superiores a 37ºC, o mel passa a sofrer transformações químicas que resulta no surgimento de uma substância denominada HMF, que indica a degradação do mel. O teor de Hidroximetilfurfural aumenta no mel à medida que a temperatura se eleva, implicando na redução de qualidade do produto.

O índice máximo aceitável é de 40u eq./kg de mel. Devemos estar atentos para a possibilidade do mel produzido nas nossas condições, apresentar já na colheita o HMF em torno de 30 u eq./Kg de mel.

As principais causas de elevação do HMF no mel são:



1. Tempo de armazenamento do mel

2. Aquecimento do mel

3. Armazenamento inadequado da produção



Algumas recomendações devem ser seguidas para minimizar esse problema, tais como: - Armazenar o mel beneficiado em câmaras frigoríficas, ou comercializa-lo até 60 dias após à colheita - Manter o estoque de mel em local fresco - Não expor o produto ao sol ou a temperaturas elevadas - Mantenha o seu apiário sombreado durante todo o ano.





O PASSO A PASSO PARA PRODUÇÃO DO MEL PERFEITO



O apicultor deve ser exigente com relação a origem e a qualidade dos produtos do seu apiário, estando sempre atento às normas que lhe conduz ao mel ideal, livre de impurezas e contaminação, e assim mantendo o seu cliente satisfeito, para ter sempre a garantia de um mercado permanente. As diretrizes básicas para produção de mel com qualidade superior são as seguintes:



Instalação do Apiário

 Não coloque suas colméias em áreas de canaviais, pois o mel não servirá para exportação.

 O seu apiário deve estar distante de áreas cultivadas pelo menos 1500 metros, para evitar contaminação com metais pesados.

 Residências, pocilgas, currais e vias públicas devem estar afastadas do apiário pelo menos 200 metros.

 Acesso fácil garante o transporte eficiente da produção.



Manejo para Desenvolvimento dos Enxames

 Mantenha seus enxames populosos durante todo o ano, substituindo as rainhas velhas por outras oriundas do próprio apiário, nunca importando.

 Não ofereça nenhum tipo de remédio aos seus enxames, principalmente antibióticos.

 Esteja sempre atento à necessidade de troca de favos velhos.

 Na ausência de água de boa qualidade, providencie um bebedouro artificial próximo ao apiário.

 As colméias devem ficar em área sombreada para evitar a elevação da temperatura em seu interior.

 Proteja as abelhas dos seus inimigos naturais, utilizando suportes com medidas adequadas e material resistente.

 Desenvolva um Programa de melhoramento do pasto apícola na sua propriedade, iniciando pela conservação das espécies já existentes.

 Inspecione o seu apiário semanalmente, planeje e execute as tarefas sem atraso, utilizando fichas individuais para as suas colméias.

 Não proteja suas melgueiras embaixo de lona plástica com utilização de produtos fumigantes. Confie às suas abelhas a guarda desse material.

 Adquira somente produtos dentro do padrão de qualidade.





Colheita de Mel



 Mantenha o seu vestuário em bom estado de conservação.

 Utilize fumaça branca e suave (imburana de cheiro, eucalipto, favos velhos) e na quantidade correta. Jamais direcione a fumaça para o favo ou para o interior da colméia.

 Colha somente os favos operculados, principalmente na época de chuvas.

 O transporte da produção do apiário até a Casa do Mel deve ser feito com proteção para evitar contaminação e perda de qualidade.

 Evite colher mel, quando a umidade relativa do ar estiver elevada.





Beneficiamento do Mel



 Mantenha a Casa do Mel sempre limpa, mesmo na época de entressafra. Não permita a criação de animais perto da instalação.

 Utilize água de boa qualidade para lavar os equipamentos, baldes e instalações antes de iniciar o trabalho. O auxilio de um desinfetante na operação de limpeza é de grande importância (água sanitária), não esquecendo de enxaguar bem, para retirar o excesso. Em seguida, enxugar todo o material.

 Nunca utilize a Casa do Mel para outros fins, nem armazene melgueiras ou ninhos.

 Arborize a área anexa, para diminuir a temperatura interna da Casa do Mel.

 Não instale ventilador de teto na sala de beneficiamento do mel.

 A mesa desoperculadora, centrífuga e decantadores devem ser de aço inox de boa qualidade (AISI 304).

 O mel oriundo da mesa desoperculadora deve ser envasado separadamente.

 Os favos contendo o mel claro devem ser beneficiados, separadamente.

 Deve permanecer no interior das instalações da Casa do Mel, somente o grupo de apicultores que está trabalhando. A presença de estranhos no momento do beneficiamento não é permitida, em nenhuma hipótese.

 Recomendamos a utilização de bata, gorro e luvas plásticas pelo grupo de apicultores que participa do trabalho de beneficiamento do mel.

 É proibido fumar, mascar, usar perfume ou estar com algum problema de saúde no interior da Casa do Mel.

 Não é permitido o uso de fumaça no interior das instalações.











Armazenamento do Mel



 Todos os equipamentos e utensílios usados no processo de beneficiamento do mel devem estar bem lavados e enxutos.

 Nunca armazene mel em decantadores que tenham resíduos fermentados nas frestas internas.

 Utilize somente recipientes apropriados para o envase do mel, ou seja, baldes Bomix com capacidade para 18 litros, com tampa removível.

 O mel deve permanecer no decantador pelo menos por 72 horas.

 Proteja os recipientes que contém mel, evitando a penetração de formigas ou impurezas que podem contaminar o produto.

 O local de armazenamento do mel deve ser fresco, ventilado, seco e limpo, além de ter sobre o piso um estrado de madeira.

 Nas condições de temperatura do Nordeste, o mel não deve ficar armazenado por longo período, com risco de perder qualidade, devido a elevação do índice de HMF.

 O mel cristalizado não deve ser aquecido, pode ser comercializado na forma sólida.



Comercialização do Mel



 Cada Associação de Apicultores assumirá o processo de colheita, beneficiamento e estocagem do mel de seus filiados, identificando através de um SELO DE ORIGEM as embalagens com produto de qualidade.

 Todas as Associações Comunitárias que exploram a Apicultura no município, participarão ativamente da articulação de transferência da produção das comunidades rurais para a cidade, facilitando a comercialização.

 O Padrão de Qualidade do Mel será adotado por todos os apicultores que desejam participar da venda conjunta, viabilizada pela Associação, para grandes empresários do ramo.

 Uma Comissão formada por três apicultores atuantes, eleitos pela comunidade, irão acompanhar a implantação e acompanhamento do novo modelo apícola, que busca ampliar o mercado com um produto de qualidade total.



O ASSOCIATIVISMO DENTRO DO CONTEXTO



Quando resolvemos enquadrar o Associativismo neste trabalho, é porque entendemos que a Apicultura só vai se estabelecer definitivamente nas Comunidades Rurais, quando os apicultores assumirem a responsabilidade de trabalhar conjuntamente, para construir um sistema cada vez mais integrado, originando um ambiente capaz de promover benefícios para todos. No momento em que o apicultor encontrar o ponto de interseção entre o seu próprio interesse e o interesse comunitário, o modelo apícola do Ceará estará implantado.

O apicultor deve se inserir na sua comunidade como sendo parte dela, tanto na origem como no íntimo, buscando sempre concretizar ações coletivas que contemplem os aspectos: social, econômico, ecológico e cultural.

As soluções para os problemas da Associação devem ser buscados no processo de educação e capacitação do seu quadro social, na reflexão e discussão sobre a sua verdadeira realidade, na visão clara de suas metas, na proposição de soluções e no comprometimento de todos com os seus objetivos e sua missão.

As parcerias são interessantes e indispensáveis no processo de organização das Associações, e devem envolver todas as instituições comprometidas com a apicultura no estado, a exemplo do que já faz o Sebrae e o Banco do Nordeste, favorecendo maiores investimentos na capacitação do apicultor, dotando-lhe de mais conhecimento, único fator de competitividade sustentável. Entendemos que o capital humano é mais importante que o financeiro.



SUGESTÃO



1. O segmento apícola do Ceará deve se organizar a nível de Associações, a partir da eleição de três membros do quadro social, e que sejam apicultores participativos, para assumirem a coordenação do processo produtivo, que é desencadeado em cada comunidade. Acreditamos que um grupo sem coordenação, trabalha sem sintonia com os interesses coletivos, e portanto não se mostrará eficiente no momento de caminhar junto em busca de superar dificuldades.

2. A criação do SELO DE ORIGEM que deve identificar o mel produzido de acordo com as recomendações técnicas, passa a ser utilizado por cada Associação, garantindo o enquadramento de todos os apicultores nas novas diretrizes, além de fortalecer os membros da Comissão, que trabalharão no acompanhamento da produção, colheita, beneficiamento e armazenamento da produção de todos os associados, cabendo-lhes ainda, participar do processo de comercialização, junto às outras Associações Comunitárias do município.

3. As Associações Comunitárias devem manter um cadastro de todos os apicultores filiados, com o objetivo de conhecerem as seguintes informações: número de lotes recebidos, data da colheita, data da entrada da produção, quantidade de baldes por apicultor, nome dos sócios que estão desenvolvendo a apicultura, local da produção, florada predominante.

4. A necessidade de combater os vícios adquiridos por alguns apicultores, que põem em risco a qualidade do produto da Comunidade, deve ser um desafio assumido por todos os produtores comprometidos com a atividade apícola, por acreditar nos seus resultados. Por tanto, chamamos a atenção dos verdadeiros apicultores para que adotem as recomendações técnicas e preservem a qualidade de sua produção, e somente certifiquem o mel que realmente estiver dentro do Padrão de qualidade, pois o problema maior não está no foto de não conseguir colocar no mercado o mel de qualidade inferior, e sim em vendê-lo.



























FICHA DE CADASTRO DO APICULTOR

Dados Pessoais



Nome:________________________________________ Pessoa: Física Jurídica

CPF / CNPJ:____________________________ Tipo:_____________________________

RG / Insc Est:___________________________ Ocupação:____________________



Residência

Endereço:______________________________________ Bairro:_____________________

CEP:________________________________ Cidade:_______________ Estado:________

Telefone:_____________________________ Nome de Contato:______________________

Banco para pagamentos:_________________ Agência:__________ Conta:____________



Informações Profissionais

Quantidade de Colméias:__________ Trabalha c/ apicultura migratória? Sim Não

Observações:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



PRESERVAÇÃO E UTILIZAÇÃO DAS ABELHAS SEM FERRÃO

Engº Agrônomo Rogério Marcos de O. Alves – EAFC/BA


INTRODUÇAO

O desconhecimento sobre as abelhas sem ferrão é fator inibidor para ampliação do consumo de seus produtos. Existem abelhas muito pequenas e produtoras de pouco mel, mas também existem abelhas de produção melífera abundante. A sua utilização transcende a esfera do produto mais conhecido: o mel, pois são muitos os campos a explorar (pólen. própolis, paisagismo, lazer...) principalmente no Nordeste do país onde emerge a industria do turismo. Esses usos poderão contribuir para o aumento da renda e preservação das espécies além de servir como agente modificador de opinião sobre o papel das abelhas no meio ambiente.

A utilização das asf deverá para fins de lazer, turismo, educação ambiental, paisagismo, deve-se obedecer a características da espécie e ambiente onde se encontra. Destacamos 4 formas de exploração da atividade, todas com caráter de uso econômico e preservação das espécies envolvidas:



01. PAISAGISMO



Essa exploração visa promover a preservação e retratar o aspecto de ambientação do meio , ou seja promover a integração no jardim. Dando aspectos de ruralidade e ecológico às residências. Isso pode ser feito utilizando colméias de barro ou pedra onde as abelhas são mantidas em locais que permitam a reprodução natural e enxameação da espécie sem interferência do homem constituindo também um lazer contemplativo e cultural. Cuidados quando da aplicação de agrotóxicos como a a aplicação de inseticida contra o mosquito causador da dengue são necessários para evitar a mortalidade de colônias.



02. EDUCAÇÃO AMBIENTAL



O conhecimento sobre a biologia, produtos e importância das abelhas para o meio ambiente torna-se de mais fácil entendimento, através do planejamento e instalação de meliponários em áreas de escolas, parques, reservas e hortos, localizados em ambientes urbanizados de grande fluxo de pessoas que geralmente tem um certo temor desses insetos e são potencialmente favoráveis ao acontecimento de acidentes.. Exemplo temos a instalação de meliponário nas dependências do Parque Zoobotânico de Salvador (zoológico) que contribuiu para a redução de acidentes com abelhas africanizadas através da informação aos trabalhadores das firma responsáveis pela manutenção do parque sobre a biologia e comportamento das abelhas e d os procedimentos básicos a serem efetuados antes das práticas de limpeza, podas, consertos a serem efetuados nas dependências do parque. A preservação das espécies e evitar o risco de acidentes são as metas a serem atingidas com esse tipo de atividade. O conhecimento dos aspectos de biologia e a formação de consumidores futuros, constitui o objetivo da instalação de meliponários nas escolas de 1º grau.





03. TURISMO



O potencial turístico do nordeste é indiscutível, os turistas freqüentam a nossa região desejando conhecer a natureza e o que ela oferece de produtos uma característica das abelhas sem ferrão é que podem ser utilizadas como atrativo turístico para regiões secas ou úmidas além de favorecendo o aumento do consumo do mel. A instalação de meliponários onde o visitante possa provar dos potes de mel e observar os diversos tipos de abrigos das abelhas permitem um aumento de renda e ao mesmo tempo preservação das espécies.





3.1. ATIVIDADES DE LAZER



Muitas pessoas acometidas de cansaço e outros males da vida moderna e também aqueles que já integram o grupo da idade madura, procuram um tipo de lazer, seja ele:

• Contemplativo – utilizar as abelhas como terapia para a diminuição da carga de stress do dia a dia, instalando meliponários para observação das atividades das abelhas, também é uma opção para estimular o tratamento de deficientes.

• Cultural – aprendizado de conhecimentos sobre a biologia e comportamento e inserção em grupos sociais (associações) para colecionar ou conhecer mais sobre o meio ambiente.

• Econômico – constituir uma atividade alternativa mas que possa gerar renda para manutenção da propriedade (chácaras) através da venda de seus produtos.



3.2.CUIDADOS BÁSICOS



Para efetivação dessas oportunidades deve –se obedecer a certos conhecimentos evitando a destruição de famílias de abelhas e também não consecução dos objetivos propostos:



A . colméias

A habitação das abelhas devem proporcionar conforto térmico e proteção. Utiliza-se dois tipos:

1. barro – em formato diversos (potes, anjos, bules, cogumelos, taças...) as tampas são confeccionadas com bordas que ultrapassam a parede da colméia. Pintar ou envernizar a tampa o que oferece maior proteção contra a chuva. Não necessita de divisões internas.

2. Madeira – formato cúbico (medidas de acordo com a espécie) as madeiras podem ter forma diversas (casinhas com telhados...) pintar o telhado para maior durabilidade. A espessura da madeira deverá ser de 2 cm. madeiras utilizadas : vinhático, cedro, ingauçu.



B. espécies

As espécies a serem utilizadas nessas atividades devem ser aquelas que já existam na região, e na comunidade que se deseja realizar o projeto.

Turismo e Educação ambiental – Irai (Nannotrigona sp), Jatai (Tetragonisca sp.), Mirim (Plebeia sp.), Mandaçaia (Melipona sp.)

Paisagismo – Irai, Mirim, Jatai, Moça branca ( Frieseomellita sp)



C . localização

As caixas devem estar instaladas em local sombreado, próximo a água potável e pastagem melíponicola, protegida de ventos fortes.

. Turismo - próximo a regiões de fluxo de pessoas, colocar colméias suspensas em bases ou arames. Utilizar tocos com enxames, cortiços, cabaças, árvores com abelhas arranchadas. Nunca destruir árvores para obtenção de ninhos, estes quando em tocos devem ser obtidos de desmatamentos ou até transferidos de caixas para cortiços (ocos).

. Educação Ambiental– em parques zoobotânicos, universidades, hortos, escolas e reservas ecológicas e comunidades rurais. Organizar museus sobre abelhas, produção de mudas de espécies visitadas pelas abelhas e montagem de meliponários escola.

. Paisagismo - Em jardins residenciais manter penduradas em alpendre da casa, no meio da vegetação sobre troncos ou cavaletes ou quando em apartamentos (até 3º andar) evitar o vento direto. Colocar sob árvores e até em área onde o sol do meio dia não incidam protegida por plantas em vasos.